Algumas preocupações de equipes brasileiras quando disputam competições internacionais costumam envolver distância, altitude, clima, campo de jogo e, claro, a força do adversário. No caso do Inter, o jogo contra o Delfín, que surpreende na Copa Sul-Americana, terá algumas dessas preocupações excluídas da lista.
A começar pela cidade. Manta não é novidade para o Inter, que em 2015 e 2022 jogou no Estádio Jocay contra Emelec e 9 de Octubre, respectivamente. A capital mundial do atum está localizada na região litorânea do Equador, ou seja, altitude não será problema para o Inter. Já as quase 13 horas de deslocamento, mesmo em voo fretado, podem trazer algum desgaste.
— Manta é uma cidade costeira, com uma das praias mais bonitas do país, uma culinária inegavelmente espetacular e que sempre conta com a gentileza do povo que recebe muito bem os turistas — explica o jornalista do canal OromarTV, Ligner Mendoza.
O deslocamento de Porto Alegre para Manta sofreu um grande atraso devido a um problema no plano de voo da aeronave, na escala em Manaus, que precisou ser alterado. Por conta disso, os jogadores do Inter só conseguiram desembarcar na concentração depois das 2h da madrugada (horário de Brasília). Era meia-noite na hora local. Foram quase 13 horas de deslocamento entre Porto Alegre e Manta.
O termômetro também não deverá ser um problema para os Colorados. Durante o dia, em média, a temperatura pode bater na casa dos 29ºC. À noite, cai para 26ºC. A falta de chuvas afeta em algo que interessa diretamente ao Inter: o gramado do Estádio Jocay.
— É um campo duro, a ausência de chuva nesta zona do país dificulta os trabalhos de manutenção do gramado. É um campo de grama natural e, dentro do possível, regular — conta o jornalista.
A falta de chuvas ainda acarreta em uma crise hidroelétrica que faz com que ocorra uma economia de energia elétrica entre meio-dia e 15h.
Não menos importante na lista de preocupações está o adversário. Lutando contra as últimas posições no Campeonato Equatoriano, o Delfín tem chance de abrir uma distância de até cinco pontos para o Inter. E, para conseguir esse objetivo, o técnico argentino Guillermo Duró aposta nos extremos da equipe, como detalha Ligner Mendoza:
— São dois pilares fundamentais: o goleiro Brian Heras, que dá segurança à defesa, e o atacante Angulo, que é sempre garantia de gol. Mas o elenco do Delfin é limitado.
Mesmo jogando em casa e defendendo a liderança do Grupo C da Sul-Americana, a aposta da imprensa local passa longe dos donos da casa.
— Jogo complicado, o favorito desta vez é o visitante, ainda mais considerando o momento da equipe no campeonato nacional — avalia o jornalista do canal OromarTV ao lembrar que o Delfín está na 14ª posição do torneio local.
— Temos expectativas muito pequenas sobre o Delfín. Acredito, inclusive, em uma derrota para o Inter. Os resultados na Copa Sul-Americana são surpreendentes — diz o jornalista do site Fanboleros, Jose Carlos Vasquez.
Para o duelo, o Delfín, apelidado de "El Cetáceo", deverá contar com o retorno de Angulo. No empate com o Belgrano-ARG, na segunda rodada, ele acabou sentindo um desconforto muscular. O atacante acabou sendo preservado dos últimos jogos para estar à disposição nesta quinta-feira (25).
Um provável time do Delfin tem: Heras; Cuero, Goitea, Gariglio e Elordi; Garcia, Castro, Maykel Reyes e Enzo Gaggi; Tijanovich e Angulo.
Inter e Delfín jogam às 23h (horário de Brasília), 21h no horário local, no Estádio Jocay, em Manta.