O torcedor que invadiu o campo do Estádio Beira-Rio, com a filha no colo na semifinal do Gauchão do ano passado, entre Inter e Caxias, está liberado para ir ao estádio neste sábado (3), quando as duas equipes se reencontram. Os times jogam pela quinta rodada do Estadual, às 16h30min.
Conforme o delegado Vinicius Nahan, da 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, responsável pelas ocorrências no Beira-Rio em dias de jogos, o Juizado do Torcedor sempre encaminha no início da semana a lista de quem está impedido de acessar o local da partida. No entanto, Nahan afirma que não recebeu nenhuma notificação acerca do torcedor, à época da briga com 33 anos e residente em Canoas.
Questionado por GZH sobre as restrições impostas ao homem, o Inter informou que "de acordo com a punição imposta pela Comissão de Ética, o sócio está com seus direitos suspensos no quadro social do Clube" e não mencionou qualquer proibição de ingressar no Beira-Rio.
Relembre
A briga generalizada depois da eliminação para o Caxias no Gauchão de 2023 trouxe consequências para a atual temporada do Inter. Houve um jogo com portões fechados, na primeira rodada e outro com permissão de público apenas para mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência (PCDs). Além disso, o meia Alan Patrick e o zagueiro Gabriel Mercado foram punidos com dois jogos de suspensão, já cumpridos.
Contudo, a cena mais impactante daquele 26 de março de 2023 envolveu o torcedor que entrou em campo com uma criança no colo e agrediu um jogador do Caxias e o repórter cinematográfico da RBS TV Gabriel Bolfoni. Na sequência, ele foi contido por seguranças e evadiu da área do estádio. O nome do cidadão foi divulgado para preservar a menina.
Em maio do ano passado, o Juizado do Torcedor e Grandes Eventos proibiu o homem, assim como outros quatro torcedores, a ir ao Beira-Rio por 10 jogos. Eles deveriam se apresentar em delegacias na ocasião de partidas de futebol. A punição fez parte de um acordo de transação penal feito com o Ministério Público (MP-RS).
O mesmo torcedor que protagonizou as cenas lamentáveis também respondeu a um processo por agressão ao repórter cinematográfico. O caso foi arquivado em 5 de maio de 2023 quando o profissional aceitou o pedido de desculpas e firmou composição civil com o acusado.
Na época, ainda restou em andamento outro processo na 6ª Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre, em segredo de justiça. O homem foi indiciado pelo crime de submeter criança a vexame ou constrangimento.
Nesse meio tempo, ele deixou de ser cliente da advogada Thayane Paixão, que o representou a partir da primeira vez que se apresentou na delegacia, e passou a ser representado pela Defensoria Pública do Estado. GZH questionou o órgão sobre o andamento do processo, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.