O meio-campista Alan Patrick, de 32 anos, concedeu entrevista ao ge.globo na semana do Gre-Nal 441 e falou sobre suas inspirações no futebol. O camisa 10 colorado foi perguntado sobre prazer de dar um passe, citou as suas assistências favoritas na carreira, falou novamente sobre uma possível convocação à Seleção e contou sobre a virada de chave na vida após a morte de sua mãe.
— Eu gosto de participar da armação da jogada, da criação. Às vezes uma assistência me dá o mesmo prazer do que um gol. Teve uma no Shakthar pela Champions contra um time da Croácia, o Dínamo Zagreb, em casa, num 2 a 2. Eu faço uma jogada individual e dou assistência para o Dodô, brasileiro que está na Fiorentina. Foi uma assistência bonita. Uma recente agora, aqui pelo Inter, contra o Vasco, aquela do Maurício por elevação. Fora as que não viram gol né — relatou o atleta.
Em seguida, Alan Patrick deu sua opinião sobre o fato das pessoas confundirem o meia clássico com um jogador lento.
— Pode parecer (lento) dentro de campo, para quem está assistindo. Mas esses caras (meias clássicos) compensam a velocidade com rapidez de raciocínio. O importante é você pensar na frente, fazer a bola andar, dar sequência na jogada, fazer o jogo fluir — explicou.
A figura de armador sempre encantou o atleta nascido em Catanduva, no interior de São Paulo. Tanto no basquete, com Michael Jordan rendendo uma tatuagem em seu corpo, como os meio-campistas do futebol mundial.
— Eu gosto do cara que é criativo, que assume a criação, a armação. Que coloca o companheiro em condição de já concluir em gol, que simplifica. Eu me amarro nessa etapa da jogada. Eu sempre gostei de ver os grandes meias jogarem. Cito o Alex, um craque, Riquelme. Esses jogadores mais clássicos. Djalminha, o próprio Zidane — salientou.
Recentemente, Alan Patrick concedeu uma entrevista à Revista Placar e contou sobre a expectativa por uma convocação para a Seleção Brasileira, seu grande sonho na carreira. Na entrevista desta sexta-feira (23), o colorado reiterou sua vontade de vestir a amarelinha e falou sobre a sua relação com o técnico Dorival Júnior, que disse que vai chamar atletas que atuam no futebol brasileiro.
— Eu alimento (o desejo), porém, de forma muito natural. Procuro ser um Alan Patrick ainda melhor e trabalhar para, se possível, conseguir uma convocação. É o começo de um ano, temos nossos objetivos e a convocação depende muito do que vamos fazer no nosso clube e do que você conquista. A gente sabe da importância de representar essa instituição, essa camisa, da grandeza do Inter, da importância de ganhar títulos e, consequentemente, de ficar na vitrine. Trabalhei com o Dorival no Santos, logo no meu começo em 2010. Mas não vou ser convocado (somente) porque trabalhou comigo lá no Santos — contou.
Perda da mãe virou a chave na carreira
A mãe de Alan Patrick sempre foi o pilar da família. A relação dos dois era muito tranquila, e a morte dela acabou sendo a virada de chave em sua carreira:
— A gente fica mais velho, mais experiente. No ano de 2018, eu tive uma virada de chave importante na minha cabeça que fez com que eu focasse mais, priorizasse melhor o meu trabalho e consequentemente isso foi acontecendo. (Isso aconteceu) depois do falecimento da minha mãe.
Na sequência, o atleta afirmou que, mesmo com uma perda tão significativa, conseguiu ficar nos trilhos e continuou a sua vida, dando o melhor de si e se inspirando nela para cuidar de seus filhos:
— Foi uma virada que fez eu mudar algumas coisas, sabe, no caminho. Essa virada de chave foi por isso, pensando nessa linha, de fazer por ela, algumas coisas que, enquanto ela vivia, a gente desagradava com alguns comportamentos e depois teve a virada de chave. Eu tento fazer por ela. Faz parte. Nossa vida tem que seguir. Hoje, tenho minha família, meus filhos. Sabemos da responsabilidade que como pai, somos espelho para eles, estão nos olhando o tempo todo.