A pouco mais de duas semanas da eleição do Inter, GZH convidou os candidatos Alessandro Barcellos e Roberto Melo a apresentar propostas concretas sobre cinco itens importantes para os próximos três anos: qual é o modelo de jogo que querem ver no time principal, como será a política de contratações, qual será a competição prioritária na temporada, o que pretendem fazer com as categorias de base e quais são os projetos para o complexo Beira-Rio. As respostas foram enviadas pelos dois concorrentes ao maior cargo do clube.
A seguir, o que disse Alessandro Barcellos.
Modelo de jogo
O Inter, em sua história, se caracterizou por times que buscam o protagonismo nas competições que foram disputadas. Desde o início da gestão, o Clube procurou manter esse protagonismo, conquistando o vice-campeonato brasileiro em 2020 – que terminou em 2021 – e em 2022, com a maior pontuação do Inter na história dos pontos corridos. Ainda em busca da competitividade, montamos uma equipe com jogadores de seleção, que trazem consigo, ainda, a experiência de Copa do Mundo. Aliado ao projeto de gestão do Futebol, a opção foi por um treinador já conhecido, Eduardo Coudet, que ajudou a conduzir o time à semifinal da Copa Libertadores depois de 8 anos.
Política de contratações
Depois de anos de contratações que incharam a folha e não qualificaram o elenco da maneira correta, passamos por um longo tempo de reformulação, que era um anseio da torcida quando assumimos. Do elenco de 2020, foram mantidos apenas 6 jogadores. Mais do que isso, foram feitas contratações com um menor perfil de risco, mas também se embasando em dados e nos profissionais do departamento de futebol do clube.
Também trabalhamos para minimizar os erros e corrigir a rota quando algo não saía como planejado. Em casos em que o perfil do atleta não encaixa, o jogador deixa o Clube, seja vendido ou por empréstimo mediante pagamentos e com salários pagos justamente pelo clube que o contratou.
E é com essa mentalidade que vamos seguir lidando com as contratações. A busca será por jogadores que se encaixem no time e possam ajudar a manter a nossa competitividade no cenário nacional e internacional. O foco será estabelecido entendo as carências do elenco, buscando reforçar a equipe e dar alternativas para o técnico da equipe, com a melhor relação entre investimento e retorno técnico.
Prioridades da temporada
O Inter precisa entrar para brigar por todas as competições que disputa. Essa é a nossa prioridade para iniciar a próxima temporada. Depois de alcançar dois vice-campeonatos brasileiros e chegarmos à semifinal da Copa Libertadores, a intenção é coroar o sucesso esportivo, conquistando títulos de expressão nacional e/ou internacional nos próximos três anos. Uma prioridade é o Campeonato Brasileiro de 2024, estabelecendo, desde o início do ano, uma base sólida para a disputa do torneio, com um time forte e competitivo. Mas sabemos que isso também passa por retomar o protagonismo a nível local. Assim, o Gauchão receberá a devida atenção, tendo como objetivo o título do campeonato regional.
Modelo das categorias de base
Quando assumimos a gestão, dados mostravam que as categorias de base do Inter, ao longo dos anos anteriores, não apresentavam o padrão de qualidade adequado. Apesar de termos um volume alto de reservas oriundos das categorias de base ao elenco principal, a qualidade e participação desse perfil de atletas como titulares consistentes na equipe profissional vinha caindo desde 2015, evidenciando uma baixa entrega esportiva. Além disso, poucos atletas estavam representando vendas expressivas para o Clube, também deixando clara a baixa entrega econômica.
Durante os primeiros meses da gestão foi realizada uma análise aprofundada sobre o funcionamento de todas as áreas das categorias de base, tanto em termos de logística, infraestrutura, perfil esportivo e dinâmica em geral. Buscamos avaliar sem nenhum preconceito a hierarquia de todas as categorias, os atletas e suas perspectivas de crescimento do ponto de vista pessoal e futebolístico.
Foi efetuada uma redução dos elencos das categorias sub-14 a sub-20, em que existia uma média de 50 jovens por categoria, não permitindo um trabalho de qualidade e excelência sob qualquer ponto de vista. Foi definido, então, que teríamos abaixo de 30 atletas por plantel, considerando que desta forma o investimento em contratos é equilibrado e a evolução que as comissões técnicas deverão gerar na formação é possível.
Temos hoje atletas nas seleções de base e, na equipe profissional temos 10 atletas que saíram do Celeiro de Ases. Nossa meta foi de atingir 40% do nosso elenco profissional oriundo das categorias de base e potencializar 4 atletas na equipe profissional. Avançamos muito, mas não conseguimos chegar ao ponto ideal.
Por isso, o objetivo é seguir evoluindo. Vamos aumentar a agressividade na captação de atletas de ponta, em que melhoramos qualitativamente, mas precisamos avançar quantitativamente.
Complexo Beira-Rio
O Beira-Rio é um dos bens mais preciosos do Inter. Para nosso estádio, temos um projeto de capacitação e atualização do equipamento, que permite a atualização da manutenção e também com plano de melhoria contínua para valorização permanente do nosso ativo. Para os dias de jogos, a meta é criarmos novos espaços e mais entretenimento ao público, utilizando nosso patrimônio, como o Centro de Eventos, o Parque Gigante e o Gigantinho. Nesse contexto, entra o projeto “Dia de Inter” para melhorar os dias de jogos, incrementando a experiência dos sócios e torcedores, a partir da cultura local e colorada e referenciado nos perfis e modelos mundiais de sucesso.
Acreditamos que o patrimônio do Inter deve ser preservado e disponibilizado dentro do nosso complexo como mais uma forma de receber e acolher a torcida colorada. Afinal, o estádio Beira-Rio é um dos bens mais preciosos do clube. Sendo assim, temos um projeto de capacitação e atualização, que permite uma melhoria contínua para valorização permanente do nosso ativo.
Para os dias de jogos, vamos criar novos espaços de acolhimento da torcida colorada, utilizando de forma ativa nosso complexo, como o Centro de Eventos, o Parque Gigante e o Gigantinho. É nesse contexto que surge o “Dia de Inter”, incrementando a experiência a partir da cultura colorada, referenciado nos perfis e modelos mundiais de sucesso.
Quanto ao Gigantinho, reconhecemos que ele faz parte da história do clube e promove a cultura de Porto Alegre. Ainda, no passado protagonizou disputas históricas em outras modalidades esportivas. Por isso, a nossa proposta é buscar uma solução definitiva para a sua revitalização, com uma nova chamada de investidores para o projeto. Também faz parte do plano envolver a torcida, promovendo benefícios para os sócios e as sócias, e uma fonte de renda sustentável para o ginásio e o clube.