O Inter foi eliminado da Libertadores levando dois gols em seis minutos na reta final do jogo no Beira-Rio após ter dominado o Fluminense ao longo da maior parte do confronto da semifinal. Ainda que não tenha tido desempenho nem mesmo próximo do seu potencial, o time carioca acabou premiado por manter as ideias de Fernando Diniz mesmo diante da adiversidade. A virada carioca veio com lances que simbolizam a forma de pensar futebol do treinador.
Para começar o jogo, Eduardo Coudet repetiu a escalação usada no Maracanã enquanto Diniz reconduziu Alexander à equipe sacando John Kennedy. Era assim que o Fluminense jogava antes da lesão do talentoso camisa 5.
O que se viu no primeiro tempo foi um amplo domínio colorado. Adiantando a marcação, o Inter conseguiu induzir os cariocas aos erros e chegou rápido ao gol com Mercado. Após escanteio batido por Alan Patrick, Fábio saiu mal e Mercado cabeceou para as redes.
Wanderson, Alan Patrick e Mauricio ainda tiveram chances para marcar. No total, foram oito finalizações coloradas no primeiro tempo, três delas no gol, contra apenas três do Fluminense. Um chute de fora da área de Cano resultou na única defesa de Rochet nos primeiros 45 minutos
Mudanças de Diniz
Assim como no Maracanã, Fernando Diniz mexeu taticamente no intervalo. John Kennedy e Martinelli entraram nos lugares de Felipe Melo e Alexander. André passou a jogar como zagueiro e Martinelli foi o único volante. O Fluminense passou a ter uma saída de três feita com os recuos de Martinelli para a mesma linha de Nino e André. Com Keno aberto pela esquerda, Marcelo passou a aparecer muitas vezes por dentro tentando gerar superioridade. No ataque, John Kennedy passou a formar uma dupla com Cano, o que havia funcionado com sucesso no duelo com o Olimpia, nas quartas de final, e opção sacrificada no Maracanã pela expulsão de Samuel Xavier.
Eduardo Coudet não mexeu em nomes, mas mudou a postura do Inter para a etapa final. O Colorado passou a marcar mais atrás. O argentino admitiu na coletiva após a partida que a ideia era justamente atrair o Fluminense e gerar espaços para contra-atacar.
Nesse cenário, Enner Valencia perdeu duas chances em transições rápidas, uma delas cara a cara com o goleiro Rochet. O equatoriano ainda desperdiçou uma cabeçada em falta batida por Alan Patrick.
A virada do Fluminense
Quando Valencia perdeu cara a cara com Fábio sua terceira chance, o Fluminense sequer havia criado uma oportunidade perigosa na partida. O Inter, que havia adotado uma marcação mais recuada no segundo tempo, teve um raro momento de adiantar o bloco e tentar pressionar a saída carioca.
Inter adianta a marcação, mas Fluminense mantém ideia de sair jogando:
Mesmo pressionado e já tento tido diversos erros na saída no primeiro tempo, quando o Inter adotou em boa parte a marcação alta, o Fluminense se manteve fiel ao conceito de Diniz. A equipe saiu pelo chão e conseguiu furar a marcação vermelha. Com a defesa adiantada, Marcelo fez o corta-luz em passe de Keno para a bola chegar a Cano. O argentino deu assistência para John Kennedy empatar a partida.
Após sucesso na saída, Fluminense explora costas da defesa adiantada:
Com 1 a 1, o jogo ficou aberto e o Fluminense novamente foi letal. Em nova jogada iniciada desde a defesa, o zagueiro Nino encontrou André às costas de Bruno Henrique logo na saída. A jogada terminou com Cano definindo sem chances para Rochet para a vitória carioca. A virada teve início naquele primeiro gol no qual o time manteve firme a ideia de Diniz de priorizar a saída pelo chão mesmo diante das dificuldades apresentadas na etapa inicial.
Em confronto no qual o Inter foi superior na maior parte, tanto no Maracanã quanto no Beira-Rio, o Fluminense conseguiu vencer sem abrir mão de sua ideia. Assim seguirá em busca do inédito título da Libertadores.