A vitória no Gre-Nal 440 pode ser para o Inter o início de uma reação no Campeonato Brasileiro após a frustração com a eliminação na Libertadores para o Fluminense, diante de um Beira-Rio lotado. Entre o clássico e o jogo contra o Bahia, na próxima rodada, o intervalo é de dez dias. Para os primeiros foram dadas folga para os atletas.
Na quinta pela manhã, a comissão técnica de Eduardo Coudet iniciará a preparação para as 12 rodadas finais que serão determinantes não apenas para o Brasileirão, mas também para definir a próxima temporada colorada.
A vitória no Gre-Nal serviu para abrir cinco pontos da zona de rebaixamento. O Colorado olha para cima, mas a distância para o G-6 ainda é de dez pontos. Será preciso acumular pontos rapidamente para que o sonho do tri da América possa estar no radar vermelho em 2024. Por isso, Coudet e sua comissão precisarão aproveitar os próximos dias para as correções necessárias na equipe colorada.
O que fazer até o jogo contra o Bahia
Aprimorar as finalizações
A eliminação na Libertadores para o Fluminense ficou marcada pelas oportunidades perdidas pelo Inter. O Colorado finalizou mais que os cariocas tanto no Beira-Rio quanto no Maracanã, mas não conseguiu reproduzir isso em vantagem no placar. No Gre-Nal deste domingo, mesmo com a vitória, o Inter teve o dobro de finalizações que o Grêmio — 16 a 8 — e, mesmo assim, o placar foi apertado, de 3 a 2, com o Tricolor ameaçando o empate até a reta final.
Mesmo com os três gols marcados no Gre-Nal, o Inter ainda tem o pior ataque do Brasileirão. O Colorado balançou as redes apenas 23 vezes em 26 partidas – uma média de 0,88 por jogo.
Os atacantes estão devendo. Autor do segundo gol contra o Grêmio, Wanderson é o artilheiro colorado no Brasileirão, com quatro bolas na rede. Além dele, apenas Luiz Adriano entre os atacantes tem mais de um gol na competição, dois no total.
Valencia marcou no Gre-Nal pela primeira vez no Brasileirão após 10 partidas de seca. Pedro Henrique, Jean Dias e Alemão (já negociado com o Oviedo-ESP) anotaram uma vez cada. Um dos reservas de Coudet, o garoto Lucca ainda não pôde comemorar nenhum gol no Campeonato Brasileiro.
Por estar com a seleção equatoriana, Valencia não participará desses dias de treinamento. O camisa 13 será desfalque diante do Bahia porque, além de atuar no dia anterior pelo Equador, estar suspenso no Brasileirão.
Manter o ritmo ao longo dos jogos
Um desafio para o Inter nos próximos dias passa pela preparação física, mas também encontrar no banco peças que possam entrar no decorrer dos jogos e manter o ritmo. O Colorado tem se acostumado, nos últimos compromissos, a ter controle sobre seus adversários no primeiro tempo, mas tem tido dificuldade para manter isso ao longo da partida.
Na Libertadores isso apareceu nos dois confrontos com o Fluminense, nos quais o Inter vencia e acabou sofrendo empate no Rio de Janeiro - mesmo tendo um homem a mais - e levando a virada no Beira-Rio, que culminou na eliminação.
Na era Eduardo Coudet, o Inter levou 22 gols. Desses, 16 fora no segundos tempos, o que representa 72,7% dos gols sofridos.
Além de buscar aprimorar a questão física, a comissão técnica de Eduardo Coudet precisará encontrar alternativas de reposição para a equipe ter jogadores descansados. Contra o Fluminense, por exemplo, o treinador só mexeu no setor ofensivo após sofrer a virada.
No Gre-Nal, as trocas foram para tornar a equipe mais defensiva. O principal problema tem sido encontrar substitutos para os quatro jogadores mais ofensivos da equipe: Mauricio, Wanderson, Alan Patrick e Valencia. A recuperação de Pedro Henrique, que deverá ficar à disposição contra o Bahia, gera alternativa tanto para aos lados da linha de meias quanto para a dupla de ataque.
Diminuir o número de gols sofridos
Os 22 gols sofridos pelo Inter na era Eduardo Coudet ocorreram em 17 jogos. A média de 1,2 por partida não é alta. No entanto, o time vem nos últimos cinco jogos sofrendo dois gols a cada compromisso. Foi assim que perdeu para Athletico-PR e Atlético-MG no Brasileirão, levou a virada para o Fluminense na Libertadores no Beira-Rio e empatou no Rio de Janeiro por 2 a 2. Mesmo no Gre-Nal, a vitória só foi possível pelos três gols feitos já que voltou a ser vazado duas vezes.
Coudet admitiu após o clássico sua preocupação com o alto número de gols sofridos mesmo que ele considere que o sistema defensivo tenha se comportado bem diante de Fluminense e Grêmio.
— É muito difícil não falar também do jogo de quarta. É muito difícil evitar tomar dois ou três chutes no gol. Hoje (domingo) foram duas. Vocês lembram alguma bola defendida pelo Rochet? Outro dia (contra o Flu) os dois gols foram nos primeiros chutes. Sempre há erros, mas são mínimos e estamos pagando muito caro a cada erro —observou.
Ainda que aponte falta de sorte em alguns momentos, Coudet sabe que o Inter precisa evoluir para subir na tabela do Brasileirão. Por conta disso, os próximos dias devem ser bem aproveitados para que a torcida colorada possa ter a Libertadores novamente no calendário de 2024.