O Gre-Nal 440 teve o Inter como vitorioso por um placar de 3 a 2 que não demonstra a superioridade colorada ao longo da maior parte do confronto. No duelo tático, o argentino Eduardo Coudet conseguiu impor sua forma de jogar sobre Renato Portaluppi para obter a sua primeira vitória no maior clássico gaúcho.
O Desenho Tático de GZH mostra como foi o duelo entre os treinadores no Beira-Rio.
Como iniciaram
Coudet e Renato vieram sem surpresas. A única mudança do Inter em relação ao time que iniciou diante do Fluminense foi a presença de Bustos na lateral direita no lugar de Hugo Mallo, suspenso no Brasileirão. No Grêmio, Renato aproveitou a volta de Villasanti após suspensão para voltar a escalar três volantes.
Ferreira entrou no setor ofensivo para tentar explorar os avanços de Bustos, medida que não surtiu efeito. O camisa 10 esteve em campo por 54 minutos e não finalizou nenhuma vez no gol de Rochet.
O Tricolor teve variação na sua formação. Com bola, Carballo, Villasanti e Pepê formaram um tripé atrás de Cristaldo com Ferreira fazendo a função de segundo atacante pelo setor esquerdo. Sem posse, Carballo tinha a missão de fechar o lado direito com Ferreira voltando pela esquerda e Villasanti e Pepê formando uma dupla. Assim, o Grêmio se posicionava em um 4-4-1-1 sem a bola tendo Cristaldo e Suárez adiantados.
O Inter teve seu habitual 4-1-3-2 com Aránguiz se juntando ao setor ofensivo. O ponto forte colorado esteve na marcação no campo de ataque.
O jogo começou com o Inter tendo alta intensidade para marcar alto. O primeiro gol saiu aos 5 minutos em jogada na qual o time de Coudet trocou passes por 1 minuto e 20 segundos. Na finalização da jogada, o Colorado explorou a forma de marcação do Grêmio com Kannemann tendo liberdade para quebrar a linha defensiva para “caçar”. O argentino deu um primeiro bote em Valencia, mas não conseguiu o desarme. O equatoriano girou e apareceu na frente de Grando para receber passe de Alan Patrick e abrir o placar.
Alan Patrick, por sinal, foi o grande nome do primeiro tempo. Sua forma de jogar, iniciando como atacante, mas tendo liberdade para descer para armar acontece desde a chegada de Coudet e não foi contida pelo Grêmio. Não havia um volante responsável por marcar o camisa 10 e nenhum dos zagueiros podia acompanhá-lo porque Mauricio e Wanderson subiam para acompanhar Valencia e prender a linha defensiva.
Mauricio e Wanderson avançavam para ocupar espaço no ataque em recuos de Alan Patrick:
Além do gol, Alan Patrick deu outros três passes que geraram finalizações. Outro destaque foi Aránguiz. O chileno foi peça determinante para o Inter adiantar a marcação. Em uma delas, no final da primeira etapa, ele serviu Valencia, que saiu às costas de Kannemann e perdeu a chance do 2 a 0 cara a cara com Grando.
Até pelo gol no começo, o Inter não foi um time de alta posse no primeiro tempo. O Colorado permitiu ao Grêmio ter mais a bola – teve um total de 56% nos primeiros 45 minutos -, mas sem produtividade. O Tricolor deu apenas duas finalizações na primeira etapa, nenhuma com perigo. O Inter finalizou nove vezes, duas no gol, além da chance clara perdida por Valencia, que foi pela linha de fundo.
Renato volta com trocas
O Grêmio retornou para o segundo tempo com duas trocas: Galdino e Nathan nos lugares de Carballo e Cristaldo. O time se posicionou em um 4-2-3-1 com Galdino aberto na direita, Nathan como meia central e Ferreira na esquerda na linha atrás de Suárez.
Mudaram os nomes, mas não a postura. O Inter foi dominante no início do segundo tempo. Logo a três minutos, Renê desarmou Galdino em mais uma roubada do Inter no campo de ataque, a bola chegou a Wanderson, que carregou para dentro e finalizou sem chances para Grando: 2 a 0.
O Inter voltou a criar e perder chances. Renato sacou Ferreira para entrada de Besozzi no setor esquerdo, mas foi pela direita que chegou o desconto. João Pedro chutou sem muita força e contou com a falha de Rochet para o 2 a 1.
Não deu tempo do Grêmio aproveitar a empolgação e o Inter voltou a ter uma vantagem de dois gols em uma transição rápida. Mauricio tabelou com Vitão e correu mais que Reinaldo para receber de Alan Patrick, que também superou Villasanti. Mauricio devolveu para o camisa 10, que finalizou na saída de Grando para o 3 a 1.
O Grêmio parecia batido quando Suárez apareceu. O camisa 9 sofreu e bateu falta que contou com a abertura da barreira para superar Rochet e deixar o placar em 3 a 2.
Com a pressão pela virada cedida para o Fluminense na Libertadores, Coudet, desta vez, fez mudanças defensivas. Os zagueiros Igor Gomes e Nico Hernández entraram nos lugares de Mauricio e Aránguiz, Gabriel foi opção para fôlego novo na vaga de Johnny. Rômulo e Dalbert foram as últimas mudanças de um Inter que terminou com uma linha de cinco defensores e outra de quatro à frende dela que tinha os laterais Bustos e Dalbert. Faltou, porém, maior criatividade ao Grêmio, que empilhou atacantes, mas resumiu suas chegadas aos cruzamentos.
A retrato final do Gre-Nal, de um Grêmio todo no ataque e o Inter cheio de defensores não diz realmente o que foi o jogo. Ao longo da maior parte do clássico, o Colorado fez valer sua forma de jogar diante de um Tricolor que não teve reação nem resultado com as tentativas de Renato Portaluppi.
Os números finais do Gre-Nal mostraram o Grêmio com uma maior posse de bola - 54% a 46% -, mas um Inter dominante nas chances criadas. No total, o Colorado finalizou o dobro, 16 a oito. Em chutes no alvo, foram sete do Inter contra duas do Grêmio, as que resultaram em gol.