Há um ponto de alerta para o Inter. Desde 2006, quando o Brasileirão se consolidou com 20 clubes e pontos corridos, apenas uma vez o time que teve o pior ataque da competição não terminou a temporada rebaixado. Após 27 rodadas, a equipe gaúcha é a dona dessa marca na competição, com 23 gols.
O Athletico-PR de 2009 foi a única exceção da regra "ataque ruim igual a rebaixamento". Em 2012, Ponte Preta e Bahia até escaparam com a má pontaria, mas o Atlético-GO, que fez os mesmos 37 gols, caiu para a Série B. Caso idêntico ocorreu em 2020, quando o Sport se livrou da queda, mas o Coritiba, com 31 gols pró, não resistiu.
O próprio Inter sabe o tamanho do problema que é fazer poucos gols. Em seu único rebaixamento, em 2016, não teve uma má defesa (foi a sétima melhor do Brasileirão). O peso foi o ataque, o terceiro pior daquela edição.
No atual campeonato, impressionam algumas estatísticas: o Inter fez apenas dois gols de cabeça em 27 jogos, um de Johnny e outro de Luiz Adriano. A bola entrou na rede depois de sair do pé esquerdo de algum jogador em seis oportunidades. Foi só um gol de pênalti (Pedro Henrique contra o Coritiba).
— A realidade está clara, temos muitas dificuldades para fazer gols quando estamos desfalcados — admitiu Eduardo Coudet.
Para não desafiar uma estatística perigosa, a equipe precisa ajustar a pontaria. Imediatamente.