Após eliminar o poderoso River Plate em uma emocionante disputa por pênaltis, o Inter terá como próximo adversário em seu caminho em busca do tri do América o Bolívar. Dono da maior torcida da Bolívia e maior campeão em seu país, o clube conta com o apoio do Grupo City para tentar se colocar entre os grandes do continente.
A relação com o Bolívar é diferente da que o Grupo City tem com Manchester City, Girona e New York City, clubes dos quais é dono. O Bolívar segue sendo de propriedade do empresário Marcelo Claure, executivo bilionário e dono da loja online de roupas Shein, mas tem uma parceria com o conglomerado dos Emirados Árabes Unidos como uma forma de consultoria.
O Bolívar tem o direito de usar toda a expertise do Grupo City e investe pesado na formação de atletas dentro da ideia de jogo do grupo. A preocupação de desenvolvimento do Bolívar leva em conta tentar deixar de ser apenas um time que faz valer a vantagem de jogar na altitude de 3,6 mil metros de La Paz. Por conta disso, o clube investiu em um centro de treinamentos para formar jogadores em Santa Cruz de La Sierra, cidade boliviana a apenas 400 metros acima do nível do mar.
Campanha na Libertadores
A parceria com o Grupo City não envolve um forte investimento do conglomerado como o que tem sido visto no Bahia, por exemplo. O Bolívar ainda conta com uma equipe modesta para os padrões da América do Sul, mas que vem colhendo resultados nesta Libertadores.
Atual campeão nacional, o Bolívar, que é o maior vencedor do campeonato do país, com 30 títulos — tem o dobro do seu rival The Strongest —, dividiu grupo com Palmeiras, Cerro Porteño e Barcelona-EQU.
Na estreia, o Bolívar se aproveitou da decisão de Abel Ferreira de preservar titulares por conta da final do Paulistão para iniciar a campanha com uma vitória de 3 a 1 sobre o Palmeiras. Derrotado pelo Barcelona, no Equador, na segunda rodada, o time boliviano mostrou sua força também fora da altitude ao aplicar uma goleada de 4 a 0 no Cerro Porteño, no Paraguai. Um triunfo de 1 a 0 sobre o Barcelona, em La Paz, na rodada seguinte, deixou a classificação encaminhada. O Bolívar venceu novamente o Cerro Porteño, como mandante, e acabou sofrendo sua única derrota na rodada final, quando foi goleado pelo Palmeiras por 4 a 0, em São Paulo.
Com 12 pontos, o Bolívar foi o segundo colocado de maior pontuação na fase de grupos da Libertadores. Nas oitavas, a equipe mostrou sua força como mandante ao aplicar 3 a 1 no Athletico-PR, na ida. A vaga veio nos pênaltis após uma derrota de 2 a 0 no tempo normal, em Curitiba, nessa terça-feira (8).
Destaque
O principal jogador do Bolívar é seu artilheiro Ronnie Fernández. O chileno anotou quatro gols nesta Libertadores e tem 11 marcados no Campeonato Boliviano.
Como joga
O Bolívar é treinado pelo espanhol Beñat San José desde novembro do ano passado. O treinador de 43 anos já havia comandado a equipe entre 2016 e 2017 e tem passagem por clubes da Arábia Saudita, Emirados Árabes, Chile, México e Bélgica.
Beñat tem montado o Bolívar habitualmente com três zagueiros e utiliza o apoio dos alas Bejarano (direita) e Pato Rodríguez (esquerda) para atacar pelos lados. Os brasileiros Bruno Sávio e Francisco da Costa completam o trio de ataque com o artilheiro Ronnie Fernández.
Bolívar na Libertadores
- 8 jogos
- 5 vitórias
- 3 derrotas
- 0 empate
- 14 gols marcados
- 10 gols sofridos
Em La Paz
- 4 jogos
- 4 vitórias
- 9 gols marcados
- 2 gols sofridos
Fora de casa
- 4 jogos
- 1 vitória
- 3 derrotas
- 5 gols marcados
- 8 gols sofridos