O sorteio que colocou o River Plate no caminho do Inter não amedrontou Mano Menezes. O técnico deu entrevista aos canais do clube e analisou o duelo pelas oitavas da Libertadores. Apesar do respeito ao tradicional rival argentino, o treinador pediu confiança na equipe:
— Quando se classifica na Libertadores, já está em grupo seleto. Depois que passa da fase grupos, fica mais seleto ainda. Agora não tem escolha. Esperamos o sorteio, coube o River e vamos fazer um confronto com a grandeza de multicampeões da América. O sorteio nos colocou com uma grande equipe na frente, mas agora para frente, é 50% a 50%. Vamos ver quem tem mais farinha no saco.
O treinador não poupou elogios ao adversário. Mano vê o River como um dos grandes oponentes. Citou que o time mudou pouco com a troca do lendário técnico Marcelo Gallardo para Martín Demichelis:
— O River é daqueles clubes que têm uma ideia de futebol enraizada, é bem provável que na busca do novo técnico tenha se levado em consideração seguir com o plano mesmo com outro profissional. Barco voltou a render mais próximo do que fez no Independiente. Borja deveria ser titular, só que Beltrán surpreendeu e deu equilíbrio à equipe na construção. De La Cruz também é um remanescente, esteve próximo de ir ao Flamengo, mas o River exigiu o que estava escrito e o jogador entendeu. Eles têm identidade de jogadores com clube e torcida. Nacho Fernández teve dificuldades em jogar no Atlético-MG, mas lá ele se encaixa bem como nos últimos jogos.
Mano mencionou também a diferença das temporadas entre Argentina e Brasil. Os vizinhos têm menos partidas e, por consequência, mais tempo para treinar:
— Eles têm um calendário diferente do nosso, está se aproximando o término. Gosto de ver o River jogar, gosto de grandes jogos e um canal passa o Campeonato Argentino. Vamos ver com outros olhos, atentos aos detalhes, para esmiuçar esse grande adversário. Eles têm 20 jogos a menos por temporada. Eles sofrem bastante quando precisam jogar 70 vezes no Brasil. Quando treinava o Cruzeiro, comparei com Guillermo Barros Schelotto, que era do Boca, porque entramos mais ou menos ao mesmo tempo. Nesse mesmo período, ele teve 60 jogos a menos do que eu. E 180 treinos a mais.
Por último, Mano fez questão de pedir apoio dos colorados. O Inter enfrentará o maior estádio da América do Sul na partida de ida e tentará fazer do Beira-Rio um caldeirão na volta:
— Temos procurado falar bastante sobre isso, ganhamos mais autoridade para pedir apoio do nosso torcedor, ele se sente de novo motivado para ir ao estádio. Nesses jogos grandes, ele sabe que tem uma parcela importante no que podemos conquistar.