Novo esquema e nova postura, mas nada disso fez o Inter quebrar a seca de gols e, por consequência, de vitórias no Campeonato Brasileiro. Na tarde deste domingo (23), o técnico Eduardo Coudet voltou à casamata colorada com um empate em 0 a 0 com o Bragantino, em Bragança Paulista, em jogo bastante movimentado apesar do placar.
Foram 31 finalizações ao longo dos 90 minutos, 20 dos paulistas e 11 dos gaúchos. O Inter, porém, teve mais chutes no gol que o adversário, cinco contra quatro. Enner Valencia foi responsável por dois deles, sendo que ainda acertou a trave.
Ao final do jogo, o sentimento no vestiário colorado foi de que a equipe mostrou algumas diferenças, mas de que ainda será necessário maior tempo para que as ideias de Eduardo Coudet apareçam. O treinador reforçou as diferenças entre seu jeito de jogar ao de Mano Menezes. O argentino elogiou que o time tenha criando mais situações para que Enner Valencia pudesse finalizar em relação aos compromissos anteriores.
— O que percebi foi que temos que trabalhar coisas como a posse de bola e a troca de passes, mas em dois dias trocar o jeito de jogar é difícil. Meu jeito não é melhor nem pior (que o do Mano), é diferente. Penso que vamos melhorar a ideia. Não falo que irá melhorar o time em relação ao que acontecia, mas a ideia. Vamos trabalhar até sábado para seguir progredindo. O time não vinha criando tanto, mas hoje geramos situações para o Valencia. A bola não quis entrar — ressaltou.
Chamou atenção que Eduardo Coudet fez apenas duas substituições durante a partida, as entradas de Matheus Dias e Campanharo nos lugares de De Pena e Aránguiz. O treinador foi questionado se isso era por não confiar nas opções no banco, mas ele rechaçou. Chacho afirmou que não teve o tempo de treinar os detalhes com todos os jogadores, pois priorizou os que iriam começar em Bragança Paulista.
— Claro que estou satisfeito (com o grupo). Acontece que com dois treinos é difícil trabalhar com o grupo todo da mesma forma. O Alan Patrick estava recebendo a bola mais cômodo, o Enner estava tendo situações. Tirei o Aránguiz por minutagem, ele queria continuar, mas vinha em uma sequência de somar minutos. Não queria trocar tanta coisa porque não tive tempo para trabalhar. Agora teremos uma semana e seguramente iremos fazer as cinco substituições — afirmou Coudet, que admitiu que espera contar - além de Vitão - que retornará de suspensão - com os retornos de Pedro Henrique e Mauricio para o confronto com o Cuiabá.
Sobre a semana de treinos, o argentino reforçou que a posse de bola e a troca de passes são pontos que ele busca melhorar na equipe.
— Quero ter mais jogo, uma melhor saída. Melhoramos a saída de bola no segundo tempo. Temos que assumir mais riscos, isso gera mais trabalho para sair com a bola limpa. Tivemos boas jogadas que saíram de trás. Fizemos 355 passes e meu time não pode fazer menos de 500. Isso que eu quero falar, mas não é passe por fazer, é para ganhar campo e subir linhas. Eu sempre quero ganhar. Eu não comemoro empate nem os jogadores fazem isso. Eles querem ganhar. Eu quero ter mais a bola, não pelo dado, mas quero. No Atlético tínhamos, mas com seis meses de trabalho. Quando tiver trabalho vocês poderão cobrar se não tiver posse nem passes.
O Inter volta a campo no sábado, às 16h, para receber o Cuiabá, no Beira-Rio, no último compromisso antes do confronto de ida das oitavas de final da Libertadores com o River Plate, na Argentina, em 1º de agosto.