Quinze meses depois, o Inter está novamente no mercado em busca de um treinador. Mano Menezes não resistiu à sequência de atuações abaixo do esperado do time. Após três partidas sem vencer e sem marcar gol no Campeonato Brasileiro, o treinador teve sua saída confirmada. Pesaram contra o seu trabalho as eliminações precoces no Gauchão e na Copa do Brasil, além das derrotas nos dois Gre-Nais de 2023.
Contratado para substituir Alexander Medina em abril de 2022, Mano conseguiu uma arrancada surpreendente no Brasileirão do ano passado, terminando na segunda colocação. Nesta temporada, acumulou fracassos no Gauchão e na Copa do Brasil com eliminações para equipes de menor porte.
A seguir confira cinco motivos que levaram o seu trabalho no Beira-Rio chegar ao fim:
1) Eliminação no Gauchão
Após o segundo lugar no Brasileirão do ano passado, o Inter iniciou a temporada cheio de expectativas. No primeiro jogo em 2023, empate em 2 a 2 com o Juventude. Na trilha sonora do Beira-Rio vaias ao apito final. As atuações de meses atrás não se repetiram.
O Gauchão era visto como a maior chance para encerrar a seca títulos do clube e de quebrar a atual hegemonia estadual gremista. Na fase de grupos, o time de Mano Menezes abusou dos empates, o que se refletiu na semifinais contra o Caxias. Foram dois resultados iguais e a perda da vaga na final nos pênaltis.
2) Irregularidade no Brasileirão
Depois de um Gauchão frustrante, um início de Libertadores abaixo do esperado e das dificuldades na Copa do Brasil, a expetativa era de que o nível de atuações subisse no Brasileirão. Mas o Inter em nada lembrou o time que foi vice no torneio poucos em 2022. O Colorado chegou a acumular quatro derrotas seguidas: São Paulo, Atlético-MG, Athletico-PR e Grêmio.
O Inter até se recuperou da derrota no Gre-Nal e acumulou seis rodadas de invencibilidade no Brasileirão, o que levou a sua entrada no G-6. No entanto, a equipe entrou em uma nova sequência sem vitórias. Foram dois empates e uma derrota em três jogos sem marcar nenhum gol nas últimas três rodadas.
3) Copa do Brasil
Sem o troféu do Gauchão na estante, a chance mais vivida era a Copa do Brasil. Após sofrer para passar pelo CSA na terceira fase, o Inter teve o América-MG, então lanterna do Brasileirão, como adversário nas oitavas de final.
A má fase do adversário não foi aproveitada. Nem mesmo o fato de Vagner Mancini escalar seus reservas fez o Colorado ser o dono do jogo. Sem força ofensiva, os colorados cometeram dois pênaltis nos acréscimos e perderam por 2 a 0. O próprio treinador admitiu que foi a pior atuação da equipe sob seu comando.
O resultado fez Mano Menezes balançar no cargo. Mantido, ele conseguiu comandar a equipe para uma vitória de 3 a 1 no Beira-Rio. Nos pênaltis, porém, o Colorado acabou eliminado pelos mineiros.
4) Derrotas em Gre-Nais
O 3 a 1 sofrido para o Grêmio foi o capítulo final do treinador no clássico Gre-Nal na camamata colorada. Mano se tornou mais um treinador a passar pelo Beira-Rio sem conseguir vencer o Grêmio. Além de ser batido com facilidade em jogo pelo Brasileirão, o Inter caiu diante do maior rival no Campeonato Gaúcho.
Mesmo diante de um adversário egresso da Segunda Divisão, o técnico colorado optou por uma formação mais defensiva com a escalação de Johnny na linha de meias no clássico do Estadual. A escalação somada ao 2 a 1 para o Tricolor gerou críticas sobre as escolhas de Mano.
5) Falta de soluções para problemas ofensivos
O capítulo final de Mano Menezes no Inter está ligada à dificuldade do treinador para encontrar soluções ofensivas. Passadas 15 rodadas do Brasileirão, o Colorado marcou apenas 13 gols e tem o terceiro pior ataque da competição - supera apenas Corinthians e Vasco da Gama.
A dificuldade de Mano Menezes encontrar soluções para potencializar o seu ataque ficou escancarada a partir da chegada de Enner Valencia. Principal contratação do Inter em 2023, o equatoriano foi escalado em seus dois primeiros jogos de maneira diferente de como vinha jogando no Fenerbahçe, quando viveu em 2022/23 a melhor temporada da carreira ao anotar 33 gols em 48 partidas.
Contra o Fluminense, no Maracanã, Valencia foi escalado pelo lado direito do ataque passando a maior parte do primeiro tempo tendo que marcar as subidas do lateral-esquerdo Marcelo. Ele acabou substituído por Aránguiz no intervalo. Contra o Palmeiras, no Beira-Rio, foi o centroavante isolado, função também diferente da que fazia na Turquia, quando jogava formando uma dupla de ataque com o belga Batshuayi.