Sem poder contratar jogadores para reforçar o time até julho, o Inter está no mercado em busca de um novo fôlego para o time de Mano Menezes. Após demitir Jean Carlo Lourenço na semana passada, a direção busca um novo profissional para a função. Sem especificar as razões para saída, o treinador disse, após a derrota para o Atlético-MG, que quando se conclui que a situação não está bem é preciso modificar e foi isto que o clube decidiu colocar em prática.
A primeira medida foi trazer Antonio Carlos Fedato Filho para ser coordenador de performance. A partir de sua chegada, a busca por um novo preparador foi iniciada. Quem for contratado terá a ingrata missão de melhorar o desempenho físico em meio a uma sequência de jogos. Até 11 de junho, o calendário aponta oito partidas, entre Copa do Brasil, Brasileirão e Libertadores.
Nesse primeiro momento, o principal amigo do profissional deve ser o GPS. A partir do monitoramento das movimentações dos jogadores tanto nos treinos quanto nos jogos, se poderá traçar um plano de ação. Com a coleta de dados, se terá um mapeamento das possíveis deficiências.
— O primeiro ato é entender o que vem acontecendo, ver a situação dos jogadores, quem está lesionado. A partir disso, tem de atacar a individualidade e atacar as deficiências. Uma maneira é trabalhar com os jogadores que têm jogado menos. Com jogo quarta e domingo, fica difícil fazer um trabalho coletivo — avalia Michel Huff, preparador físico com passagem recente pelo Corinthians.
Márcio Corrêa, ex-preparador físico do Grêmio, enfatiza que a compreensão precisa do que está acontecendo é vital nos primeiros dias de trabalho. Ele acredita que, por vezes, o "correr menos" não é necessariamente uma questão de falta de fôlego. Pode ser um outro aspecto capaz de gerar um desempenho abaixo do esperado, como a ausência de força, por exemplo.
— Cada jogador tem uma capacidade. Quem não tem velocidade, não vai ter velocidade. Quem não tem resistência, não vai ter resistência. A questão é muito profunda. Não tem fórmula. Certamente nem tudo está errado no Inter — pondera.
O quadro também não está relacionado somente ao preparador físico. O modelo de jogo do time e os métodos de treinamento da comissão técnica influenciam no trabalho do responsável pelo aspecto físico do time.
Os pontos de vistas de Huff e Corrêa convergem em relação à quantidade de tempo que poderá se notar uma modificação específica no desempenho físico a partir da troca da preparação física.
— Três semanas é um tempo razoável — afirma Corrêa.
— Um jogador precisa de três semanas para ter uma carga crônica de treinamento — corrobora Huff.
Coordenador de performance
Por enquanto, a preparação física está a cargo do auxiliar João Goulart. O alvo para substituir a vaga deixada por Jean Carlo Lourenço é Flávio de Oliveira. Ele passou pelo Colorado no ano passado, tendo deixado o clube por decisão própria.
Recém demitido pelo Corinthians, o Inter tenta contornar limitações referentes ao acordo do profissional com a equipe paulista. Os valores que ele tem a receber de sua rescisão até o fim do ano são maiores do que o Colorado lhe pagaria de salário.
Contratado no mesmo dia em que Lourenço deixou o Beira-Rio, Fedato Filho chega para ocupar um espaço vago desde a demissão de Élio Carravetta em fevereiro do ano passado.
Formado em Educação Física e mestre em Ciências do Esporte, Fedato Filho tem passagens por clubes como Corinthians, Palmeiras, Guarani e São Caetano. Ele também trabalhou no futebol árabe.
— É um excelente profissional. Foi um dos responsáveis por dar um salto de qualidade no CT do Corinthians. É uma grande contratação — assegura Huff.