A Libertadores, todos sabem, começa no sorteio. E o Inter não pode se queixar. A equipe de Mano Menezes terá, pela frente, outras três equipes que não iniciaram bem a temporada (assim como os próprios colorados).
A única situação que pode ser lamentada é que a estreia será na Colômbia. O Independiente Medellín é quem tem a melhor justificativa, já que usou reservas no torneio local para avançar nas fases preliminares da competição continental. Haverá grande público na terça-feira. Dos outros dois, o Nacional-URU até trocou de técnico, e o Metropolitanos está longe do topo na Venezuela.
A seguir, veja como estão os oponentes na busca pelo Tri.
Metropolitanos
Time-base: Schiavone; Jefre Vargas, Pabon, Perez, Moreno e Cova; Larrotonda, Laszo, Freddy Vargas; Bareiro e Ortiz.
O surpreendente campeão venezuelano da temporada passada não começou bem o campeonato de 2023. Entrou na sétima rodada da competição na penúltima posição do torneio local. Ainda assim, é um dos grupos mais caros do país. A principal contratação é o centroavante paraguaio Francisco Bareiro. A seu lado, deve jogar Charlis Ortiz, capitão da equipe e principal astro. Depois do mau início de ano, o jovem técnico Jose María Morr, de 41 anos, mudou o jeito de jogar: saiu do ofensivo 4-3-3 para o conservador 5-3-2.
— Temos um projeto criado pelas categorias de base do clube, com alguns jogadores da seleção. Somos um time coletivo, sem grandes nomes, que está crescendo, mas sofremos com algumas lesões — declarou o técnico à Rádio Carve Deportiva.
Independiente Medellín
Time-base: Mosquera; Ararat, Victor Moreno, Cadavid e Londoño; Daniel Torres, Jaime Alvarado; Batalla, Felipe Pardo, Ever Valencia; Luciano Pons.
Nem precisa ter boa memória para lembrar de alguns nomes: Mosquera, Cadavid e Luciano Pons. Há menos de um ano, eles enfrentavam o mesmo Inter, na Copa Sul-Americana de 2022. Os três são alguns dos poucos remanescentes daquele Deportivo Independiente Medellín, o DIM, tradicional time colombiano. Classificou-se para a fase de grupos da Libertadores após eliminar Magallanes-CHI e El Nacional-EQU. O time atual é mais forte do que o do ano passado e muito passa pelo técnico David González, ídolo da torcida. Ex-goleiro do clube, ele assumiu o cargo na metade do ano passado e conseguiu bons resultados. O treinador, na última entrevista coletiva, não demonstrou medo do grupo:
— Não tem um time que todos possam dizer que está acima dos outros. É um grupo em que se pode brigar e se pode ganhar. Obviamente, creio que todos pensam o mesmo. Temos muita confiança de que podemos avançar.
Nacional
Time-base: Sergio Rochet; Lucas Morales, Fabián Noguera, Bocanegra e Candido; Cartagena, Montiel, Trezza e Gastón Pereiro; Juan Ramírez e Gigliotti.
O cabeça de chave do grupo é, também, o recordista em participações na Libertadores. Vai para sua 50ª disputa, e tem três títulos. Mas se sustenta, basicamente, na tradição. Seu último título fora das fronteiras uruguaias é de 1989, a Recopa Sul-Americana em cima do Racing. Desde então, todas as conquistas foram locais (inclusive a do ano passado). Entretanto, da equipe de 2022, saíram as duas principais estrelas: Luis Suárez e Felipe Carballo, por ironia do destino, ambos transferidos para o Grêmio.
O Nacional, que neste sábado enfrenta o Peñarol pelo Campeonato Uruguaio, trocou de técnico há duas semanas: saiu Ricardo Zielinsky, voltou Álvaro Gutiérrez (que, curiosamente, era o técnico do time em 2019, quando enfrentou o Inter e, em entrevista à Gaúcha, revelou ser colorado na infância). No time, os jogadores mais conhecidos são o goleiro Sergio Rochet, da seleção uruguaia, o meia Gastón Pereiro e o centroavante Gigliotti.
— Cada período é diferente, mas não vai ser diferente a construção do trabalho. Precisa deixar tudo em cada treino e cumprir os objetivos, que são ser campeão uruguaio e ter uma boa participação na Libertadores — completou o treinador.