Sem muito mistério e sem grande pompa, o Inter anunciou nesta Quarta-Feira de Cinzas o retorno de Luiz Adriano. Autor do gol da vitória na semifinal do Mundial de Clubes, sobre o Al-Ahly, e personagem da vitória sobre o Barcelona em 2006, o centroavante retorna ao Beira-Rio agora com 35 anos para dar sequência em sua história no clube que o projetou. Ele deve estar apto a jogar ainda pelo Gauchão, e sua estreia pode ser no Gre-Nal de 5 de março. Seu contrato vai até 30 de junho de 2024, e seu salário-base gira em torno de R$ 250 mil, podendo aumentar de acordo com metas a serem cumpridas.
Para que Luiz Adriano jogue pelo Gauchão, precisa ser inscrito até sexta-feira. Os documentos estão sendo trocados com o Antalyaspor, da Turquia, de onde rescindiu o contrato. Ele terá de aparecer no Boletim de Informativo Diário (BID) da CBF, que garante a vaga no Estadual.
De dentro do avião que o levaria para o Brasil, deu sua primeira declaração após assinar contrato:
— Já estou aqui dentro do voo, ansioso para a minha chegada em Porto Alegre e no Beira-Rio. Espero estar com vocês logo, logo.
Luiz Adriano desembarca no Brasil como principal opção ofensiva de Mano Menezes para o comando de ataque. Em tese, disputa lugar com Alemão na posição de centroavante. O posto, atualmente, vem sendo ocupado com a improvisação de Pedro Henrique, que até é o goleador da equipe no Gauchão, com sete gols.
No futuro, além de ser um "camisa 9" - e concorrer com Enner Valencia -, ele poderá também dividir função com Alan Patrick na armação. Porque Luiz Adriano tem como características a movimentação e a criação, além de ser centroavante. No Antalyaspor, inclusive, vinha atuando eventualmente como "camisa 10".
O retorno de Luiz Adriano era aguardado ao menos desde 2019, quando acabou assinando com o Palmeiras. Sua história no Inter é curiosa: ele era um destaque da categoria de base, estrela do time campeão brasileiro sub-20 de 2006, que fez 4 a 0 no Grêmio na decisão, com passagens pela Seleção, e foi promovido aos profissionais por Abel Braga pouco depois da conquista da Libertadores.
Disputou 17 partidas e fez quatro gols. Era menos badalado do que Alexandre Pato, mas foi igualmente importante no Mundial. Foi dele o gol que desafogou o Inter na semifinal, o do 2 a 1 sobre o Al-Ahly. Na decisão, deu um dos passes e apareceu como opção a Iarley, que passou para Gabiru fazer o gol do título.
Além disso, tem uma família reconhecidamente vermelha. Seu pai é uma espécie de torcedor-símbolo, que virou meme nas redes sociais, bastante compartilhado e querido pelos colorados. Até por isso, esperava-se que aparecesse em um anúncio pomposo. Mas não houve nada especial.
Depois do Inter, em 2007, Luiz Adriano acabou vendido ao Shakhtar Donetsk-UCR. Depois de 268 jogos, 130 gols e 16 títulos, transferiu-se para o Milan. Mas a passagem pelo gigante italiano não foi produtiva. Após uma temporada, foi para o Spartak Moscou, com bons resultados. Retornou ao futebol brasileiro, para o Palmeiras. Nos dois primeiros anos, foi importante, com direito a dois títulos da Libertadores. Mas no terceiro, entrou em ostracismo e perdeu vaga. Foi parar na Turquia, onde disputou 38 jogos pelo Antalyaspor.
De volta ao Inter, tem chance de aumentar seu cartel vitorioso. E aumentar a idolatria que, curiosamente, foi conquistada em apenas 19 partidas.
Números de Luiz Adriano
- Pelo Inter - 19 jogos, 4 gols, 1 título (Mundial 2006)
- Pelo Shakhtar - 268 jogos, 130 gols, 16 títulos (1 Liga Europa, 6 Campeonatos Ucranianos, 4 Copas Ucrânia, 5 Supercopas da Ucrânia)
- Pelo Milan - 36 jogos, 6 gols, 1 título (Supercopa Italiana)
- Pelo Spartak Moscou - 79 jogos, 25 gols, 2 títulos (Campeonato Russo e Supercopa da Rússia)
- Pelo Palmeiras - 104 jogos, 32 gols, 4 títilos (2 Copas Libertadores, 1 Copa do Brasil e 1 Paulistão)
- Pelo Antalyaspor - 38 jogos, 8 gols