Com um pré-contrato assinado com o Inter, Enner Valencia chegará ao Beira-Rio no segundo semestre como um jogador que pode se encaixar em várias funções no ataque. Extrema de origem, o equatoriano foi se aproximando do gol adversário ao longo da carreira e agora, no Fenerbahçe e na seleção, formou ataque com centroavantes de maior estatura.
O posicionamento de Valencia em campo foi evoluindo ao longo do tempo. O fato é que, em nenhum momento, ele deixou de ser um atacante de mobilidade. Com o passar do tempo, ajustou-se aos esquemas táticos e estilos de jogo de seus treinadores, seja como um ponta ou como um segundo atacante em duplas de ataque. Também já atuou isolado na frente, porém foram em menos momentos.
O equatoriano surgiu como um ponta de velocidade no Emelec de Jorge Sampaoli, que lhe exigia intensidade para cobrir toda a lateral do campo nas jogadas de ataque e no apoio aos defensores. No Pachuca, evoluiu na capacidade de aparecer na área e marcar gols de cabeça, antecipando-se aos defensores. Com 1m78cm de estatura, não é um jogador alto, mas se aproveita da força física para as infiltrações. A movimentação também abre espaço para os companheiros que se aproximam.
Depois de também atuar como ponta em West Ham e Everton, Enner se encontrou no Tigres como um segundo atacante, ao lado de Gignac. O time de Tuca Ferretti atuava com dois velocistas pelos lados, mais o equatoriano flutuando entre as linhas adversárias (principalmente pela esquerda) e o centroavante francês.
É assim que Valencia atua até hoje, agora no Fenerbahçe de Jorge Jesus. O grandalhão da vez ao seu lado é Michy Batshuayi, centroavante da Bélgica. Na seleção do Equador, Enner forma dupla com Michael Estrada, de estatura mais elevada (1m87cm), ou por vezes compõe um trio, que também conta com Gonzalo Plata. Anteriormente ocorria algo semelhante, quando seu companheiro de seleção era Felipe Caicedo.
Como se encaixar no Inter?
O Colorado de Mano Menezes atua com mais frequência no esquema 4-2-3-1, com um meia (Mauricio) e um atacante (Wanderson) pelas pontas e um centroavante (agora Pedro Henrique, antes Alexandre Alemão). Portanto, a posição preferencial de Enner Valencia não existe nesta formação.
Para se encaixar, o equatoriano poderia ocupar o posto de centroavante — posição que atuou com menos frequência recentemente — ou, mesmo não sendo um armador, como um meia-atacante, onde hoje está Alan Patrick.
Aos 33 anos, sua condição física não lhe permite mais atuar como um atacante de lado, especialmente pelas tarefas defensivas. Uma outra alternativa seria Mano montar um time com dupla de ataque (quem sabe Enner e Luiz Adriano?), saindo do esquema 4-2-3-1.