Para os torcedores colorados talvez o que mais machuque seja a esperança. A esperança de que a seca de títulos importantes chegue ao fim. A esperança de que o Beira-Rio vá fazer a diferença. A esperança de que uma equipe de menor tradição será batida em Porto Alegre.
E a cada vez que a esperança ressurge, um novo trauma é criado. Foi assim mais uma vez na quinta-feira (11) ao cair na Copa Sul-Americana diante do Melgar.
Em seu maior público no ano, a casa colorada foi palco de mais uma noite de desprazeres para o Inter. A queda nos pênaltis para o time peruano engrossa a lista de eliminações traumáticas em frente ao torcedor.
A eliminação deixou o Brasileirão como único compromisso do clube até o final do ano. Com remotas chances de título no torneio, o objetivo será conquistar uma vaga na próxima edição da Libertadores.
Relembre como foram as últimas eliminações traumáticas:
De novo o Olimpia. De novo nos pênaltis. Assim como na semifinal da Libertadores de 1989, o Inter foi eliminado pelos paraguaios nas oitavas de 2020. Há pouco mais de um ano, foram dois empates em 0 a 0 que levaram a decisão para os tiros da marca de 11 metros.
Embora mais competentes do que contra o Melgar, quando desperdiçaram três cobranças, os colorados perderam por 5 a 4. Thiago Galhardo foi o responsável por colocar para fora o chute que eliminou o Inter. Na fase de grupos, os colorados tinham goleado os paraguaios por 6 a 1 no Beira-Rio.
Quando foi ao Beira-Rio para o jogo contra o Olimpia, a torcida colorada ainda não estava recuperada do baque anterior. Um mês antes, o Inter havia sido eliminado na Copa do Brasil pelo Vitória. O time chegou pressionado no confronto de volta da terceira fase após ter levado uma goleada de 5 a 1 para o Fortaleza, pelo Brasileirão.
O técnico Miguel Ángel Ramírez havia testado positivo e não comandou a equipe à beira do gramado. Na ida, empate em 0 a 0. A situação começou a se complicar no início do segundo tempo, quando o zagueiro Pedro Henrique foi expulso.
Após os baianos abrirem 1 a 0, Johnny empatou a 12 minutos do fim. Em cinco minutos, Eduardo e Guilherme Santos definiram a vitória dos visitantes. O resultado culminou na eliminação colorada e a demissão de Ramírez.
Não foi um jogo eliminatório, mas foi como se fosse. O Inter precisava vencer o Corinthians, no Beira-Rio, e o Flamengo tropeçar diante do São Paulo na última rodada do Brasileirão de 2020, disputada já em 2021, para ser campeão. O tropeço aconteceu.
A vitória, não. Em um jogo polêmico devido aos gols anulados, o time de Abel Barga não saiu do 0 a 0 no Beira-Rio, mantendo viva a sequência sem títulos do Brasileirão iniciada em 1979.
Desde 1992 sem colocar a mão em uma taça nacional, o Inter preparou a festa para o título da Copa do Brasil de 2019. Teve tudo que era preciso antes do jogo, mas não teve vitória quando a bola rolou.
A derrota por 2 a 1 deu ao Athletico-PR (que venceu a partida de ida por 1 a 0) o título, mais de R$ 5o milhões em prêmios e uma vaga direta à Libertadores de 2020. Os colorados iniciaram ali um trauma até hoje não curado. O choque pela perda do título ficou simbolizado no segundo gol atleticano, em que a defesa colorada foi driblada com extrema facilidade.