Ao projetar o confronto com o Palmeiras, não estava na expectativa do torcedor colorado sair vitorioso do Allianz Parque. Diante do líder do Brasileirão e atual bicampeão da Libertadores, um empate estaria mais do que satisfatório. Esta opinião com certeza foi acentuada com o que ocorreu no primeiro tempo. Um domínio verde, com grande volume ofensivo, porém um placar de apenas 1 a 0.
A reação do Inter no segundo tempo, com especial atuação de Alemão, mudou o cenário. Sendo assim, o gol nos minutos finais de Gabriel Menino, que decretou a vitória palmeirense, acabou se transformando em frustração.
A estratégia adotada por Mano Menezes, ao sacar um centroavante e um meia para atuar com dois pontas e dois volantes de contenção não deu certo. O time foi totalmente envolvido pelo Palmeiras e não conseguiu contra-atacar. Não houve conexão com o ataque e os laterais, principalmente Mercado, sofreram com as investidas dos pontas do time da casa.
— Fizemos dois tempos bem distintos. No primeiro não marcamos, não jogamos, não conseguimos ter a bola e criar. Com as duas alterações, a equipe voltou bem, mas consciente e equilibrada em tudo. Tomou a iniciativa de jogar e criou as dificuldades ao Palmeiras, para fazer e para empatar. Infelizmente, no finalzinho, tomamos o gol do 2 a 1, mas com perspectiva de continuidade e maturidade de equipe — afirmou Mano Menezes.
O treinador colorado voltou do intervalo com Maurício e Alemão. A retomada do 4-2-3-1, esquema habitual do Inter na temporada, reverteu o cenário da partida. O centroavante venceu as disputas de bola com os defensores palmeirenses, segurou a bola e potencializou o jogo de Edenilson e Pedro Henrique. Além disso, botou uma bola no poste e outra no fundo das redes, até então empatando o jogo para o Inter.
— Alemão é o titular, ele só esteve fora no primeiro tempo. Um time não pode ser feito só de 11 titulares, a gente precisa ter variações e encontrar soluções. A ideia era ter jogadores de velocidade pelos lados, pois eles jogam com linha de três e haveria espaço pelos lados. O Palmeiras impõe um ritmo muito forte contra qualquer um aqui e nada funcionou, todas as críticas são justas — destacou o treinador.
A derrota para o Palmeiras fez o Inter encerrar o primeiro turno do Brasileirão na 7ª posição. Uma classificação acima das expectativas do início do campeonato, lá no mês de maio, quando ainda era comandado por Alexander Medina. Na época, dizer que o Colorado correria risco de rebaixamento não era uma ousadia.
Porém, com a chegada de Mano e de contratações, a campanha alimentou a esperança de resultados melhores, como título e vaga direta na Libertadores, já que o time frequentou o G-4 por um bom tempo. Em sétimo, considerando o retrospecto dos brasileiros nos últimos anos, possivelmente estaria na pré-Libertadores. Porém, Mano Menezes quer mais, embora considere o posicionamento dentro do esperado.
— Nosso objetivo era estar entre os primeiros. Se não estamos mais perto do líder, é que o líder foi muito bem. Estivemos bem próximos da expectativa durante todo o campeonato. Não dá para comparar com o líder, que é o melhor futebol do país nos últimos dois anos. Temos que comparar com as equipes que estão abaixo, e acho que fizemos um bom primeiro turno. Vamos trabalhar para fazer melhor na sequência — destacou.
Sem o comandante, que está suspenso pelo terceiro cartão amarelo, o Inter abre o segundo turno diante do Atlético-MG, no Beira-Rio. Na esperança de que Wanderson possa voltar a sua melhor forma, além da recuperação física de Bustos, Renê, Alan Patrick e Taison e a chegada de novos reforços, o Inter espera conciliar a meta de título da Copa Sul-Americana com a de estar nas primeiras posições do Brasileirão.