A despedida de D'Alessandro do gramado está próxima. No próximo domingo, o argentino irá fazer a última partida como profissional com a camisa do Inter, que vestiu pela primeira vez em 2008. GZH relembra os treinadores que trabalharam com D'Ale nesses quase 14 anos de Beira-Rio.
Os comandantes
No Colorado, desde 2008, D'Alessandro teve 18 técnicos diferentes. O primeiro treinador foi Tite, que atualmente comanda a Seleção Brasileira. Embora tenham conquistado o título da Sul-Americana juntos, a relação entre os dois não terminou da melhor maneira no Beira-Rio.
Depois de um início de 2009 de brilho do Inter com o título gaúcho e uma chegada à final da Copa do Brasil, a derrota na decisão para o Corinthians marcou o início daqueda do time, que perdeu também a Recopa Sul-Americana para a LDU e foi eliminado na primeira fase da Copa Sul-Americana. Junto com os maus resultados veio um desentendimento entre D'Alessandro e Tite. Em sua biografia, publicada em 2016, o treinador contou um capítulo da briga entre os dois no vestiário do Estádio Nilton Santos no intervalo de uma partida contra o Botafogo.
—Eu passava as informações e ele ficava inquieto, atrapalhando. Se tivesse feito algo mais enfático, a gente ia brigar. Mas nesse aí, eu falava para os outros jogadores prestarem atenção em mim. E falava para ele: "Vai para o banho, que vai entrar outro" — contou o treinador.
Fossati e Roth na Libertadores de 2010
A maior conquista de D'Alessandro pelo Inter foi a Libertadores de 2010. Naquele ano, o argentino foi eleito o melhor jogador da América pelo jornal uruguaio El País. Na campanha vitoriosa na competição continental, o Colorado foi comandado por Jorge Fossati até as quartas de final, com Celso Roth assumindo a partir das semifinais.
— O Fossati faz parte desta conquista. A gente tem que reconhecer, e todo mundo sabe. Nosso primeiro objetivo era classificar, e com o trabalho dele conseguimos isso. Passamos do Banfield e do Estudiantes com ele. A chegada do Celso mudou a tática da equipe, o jeito de jogar, arrumou as peças do jeito que ele pensa, dentro da ideia dele de futebol — destacou o camisa 10.
Título com Falcão
Poucos momentos na história do futebol um clube pôde reunir dois grandes ídolos de diferentes gerações em uma mesma conquista. No Inter isso foi vivido em 2011. Após a queda de Celso Roth durante a fase de grupos da Libertadores, Paulo Roberto Falcão foi contratado. A busca pelo tri da América acabou não dando o resultado esperado com a queda nas oitavas de final para o Peñarol, mas deu tempo de um título. No Gauchão, o Inter enfrentou o Grêmio na final e conquistou uma virada inesquecível para os colorados
Após ter sido derrotado no Beira-Rio por 3 a 2, o Inter devolveu o placar no Olímpico e levou a decisão para os pênaltis, onde levou a melhor por 5 a 4. Com D'Alessandro como camisa 10 e Falcão como técnico, o Colorado ergueu a última taça do estádio Olímpico.
Apoio a Odair Hellmann
Depois de subir para a Série A com o vice da Série B, o Inter efetivou Odair Hellmann como seu treinador para a temporada 2018. Em sua experiência como técnico de uma equipe profissional, Odair teve em D'Alessandro um aliado tanto dentro quanto fora do campo.
Foi com Odair que D'Ale viveu os primeiros momentos como reserva da equipe durante a campanha de terceiro lugar no Brasileirão de 2018. Em 2019, D'Alessandro recuperou lugar na equipe que chegou até a final da Copa do Brasil. Uma lesão sofrida em um treinamento três dias antes da segunda partida contra o Athletico-PR lhe tirou da decisão.
Em 2020, em participação em live GZH, o treinador disse que se arrependia de ter colocado o argentino naquele treinamento.
— Eu devia tê-lo poupado antes de uma finalíssima, para não correr risco algum. A história teria sido outra com ele em campo — afirmou Odair.
Abel, um pai em duas passagens
Técnico que mais comandou o Inter na história, Abel Braga teve D'Alessandro como comandado em duas passagens. Na última, em 2020, foram apenas alguns meses logo após a saída de Eduardo Coudet e sem D'Ale terminar aquele Brasileirão que o Colorado brigou pelo título com o Flamengo até a última rodada.
Em 2014, porém, D'Alessandro foi o capitão de Abel Braga na conquista do Gauchão com direito a goleada de 4 a 1 sobre o Grêmio na final e de terceiro lugar no Brasileirão. Os dois diversas vezes trocaram elogios públicos.
— Agradecer muito o Abel Braga, um dos maiores treinadores da nossa história, por ter voltado. Ele não precisava ter vindo. Ele precisava ter ficado em casa, no Rio de Janeiro, com a família e mulher. Todos sabemos o que aconteceu na vida dele e ele não precisava vir para ajudar o clube. Ele já entregou muito da vida dele para o Inter. Agora estamos por ajudar ele, e tomara que consigamos — declarou D'Ale quando Aber retornou ao clube em 2020.
A despedida com Cacique
A despedida de D'Alessandro do Inter teve Alexander Medina como treinador. Uruguaio, o atual técnico colorado teve o momento de maior sucesso na carreira justamente na Argentina, onde comandou o Talleres e chegou ao Beira-Rio com elogiado pelo camisa 10.
Em seu retorno ao Beira-Rio, D'Ale chegou a dizer que se contentava em atuar apenas poucos minutos de duas ou três partidas. No final das contas disputou 10 jogos (atualizado até o Atlético-MG), o que foi suficiente para superar Bibiano Pontes e se tornou o segundo jogador que mais vestiu a camisa colorada na história.
Os técnicos de D'Alessandro no Inter a cada temporada
- 2008 (Tite)
- 2009 (Tite e Mário Sérgio)
- 2010 (Jorge Fossati e Celso Roth)
- 2011 (Celso Roth, Paulo Roberto Falcão e Dorival Júnior)
- 2012 (Dorival Júnior e Fernandão)
- 2013 (Dunga e Clemer)
- 2014 (Abel Braga)
- 2015 (Diego Aguirre e Argel Fucks)
- 2016* (Argel Fucks)
- 2017 (Antônio Carlos Zago e Guto Ferreira)
- 2018 (Odair Hellmann)
- 2019 (Odair Hellmann e Zé Ricardo)
- 2020 (Eduardo Coudet e Abel Braga)
- 2022 (Alexander Medina)