Depois de negociar com Alexander Medina e Eduardo Domínguez, o Inter se aproximou de um acerto com o português Paulo Sousa. Uma comitiva colorada irá à Europa com o objetivo de acertar a contração do técnico que atualmente comanda a seleção da Polônia. Meio-campista de sucesso no futebol europeu tendo duas conquistas de Liga dos Campeões no currículo, o treinador de 51 anos comandou nove clubes em oito países diferentes antes de assumir o selecionado que tem Robert Lewandowski como destaque.
Paulo Sousa iniciou no futebol no Benfica, onde foi jogador de 1989 a 1993. Ele defendeu a seleção portuguesa de 1991 a 2002, ano em que esteve no grupo que disputou a Copa do Mundo da Coreia do Sul e do Japão. Em clubes, Paulo Sousa conquistou a Liga dos Campeões pela Juventus, em 1996, e pelo Borussia Dortmund, em 1997. Também defendeu a Inter de Milão, o Parma, o Panathinaikos, o Espanyol e o Sporting.
Em 2008, Sousa foi auxiliar na comissão técnica comandada por Luiz Felipe Scolari na Eurocopa. O início da carreira de treinador veio em novembro daquele ano no Queens Park Rangers, que disputava a Segunda Divisão da Inglaterra. Também esteve na competição comandando Swansea e Leicester.
Sem ver a carreira decolar no Reino Unido, o português migrou para o Videoton FC, da Hungria, onde ficou de julho de 2011 a janeiro de 2013 e conquistou os primeiros títulos da carreira. Depois, Paulo Sousa teve uma temporada no Maccabi Tel Aviv, de Israel, onde venceu o Campeonato Israelense, de 2013/14. Paulo Sousa também foi campeão nacional no Basel, da Suíça, em 2014/15.
O sucesso no futebol suíço fez Paulo Sousa ganhar oportunidade em uma grande liga da Europa. Em 2015, ele assumiu a Fiorentina e conseguiu levar o clube ao quinto lugar na Série A, o que rendeu vaga na Liga Europa. Ele deixou o clube em 2017 e migrou para a China para comandar o Tianjin Tianhai. O retorno à Europa veio em 2019, no Bordeaux. Ele assumiu durante o Campeonato Francês de 2019/20 e ficou até agosto de 2020.
Desde janeiro deste ano, Paulo Sousa comanda a seleção polonesa, onde teve um péssimo desempenho na Eurocopa. A Polônia foi lanterna do Grupo E, que tinha Suécia, Espanha e Eslováquia e acabou eliminada sem nenhuma vitória. Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, os poloneses ficaram em segundo lugar na chave vencida pela Inglaterra e disputarão a repescagem, que tem como primeiro adversário a Rússia no dia 24 de março.
Sobre a maneira de jogar, Paulo Sousa atinge a ideia de futebol ofensivo pretendido pela direção do Inter. Em entrevista ao site português "Tribuna Expresso", em 2020, o português se definiu com um romântico do futebol.
— Gosto de ver as minhas equipes expressando todo o seu conteúdo romântico ou poético, individual e coletivo, de forma a que tenham domínio sobre o adversário e esse domínio tem muito a ver, no meu ponto de vista, com espaço e com tempo. Requer, sem dúvida, uma inteligência tática importante. Procuramos ter uma identidade comum em todas as equipes, onde essa base permita ao indivíduo a tomada mais rápida de decisões perante esse tempo e espaço para que essa expressão poética possa ser a base do individual — declarou.
Além de resultados, Paulo Sousa tem como objetivo que seus times pratiquem um futebol atrativo para os torcedores.
— É estar o maior tempo possível no meio-campo adversário e que, através da identidade comum e do dinamismo coletivo, a expressão individual possa fazer diferença no último terço do campo, porque o expoente máximo do futebol é o gol. Então, é também a capacidade de produzir inúmeras ocasiões de gol para entusiasmar quem joga e, sobretudo, quem vai ao estádio. Eles (torcedores) são sempre a alma de tudo o que é o futebol e ter a maioria dos estádios sempre cheios é, para mim, uma realização única. Pretendo, através do futebol e da ideia de futebol que procuro para as minhas equipes, que as pessoas estejam em maior número nos estádios — afirmou.
Tanto na Polônia quanto na Fiorentina, onde teve seu trabalho de maior sucesso em uma grande liga da Europa, Paulo Sousa adotou formações com três zagueiros, partindo de um sistema 3-1-4-2 tendo no primeiro volante um papel crucial na construção de jogo. Seu modelo tem muitos elementos do jogo de posição. As equipes do treinador pretendido pelo Inter buscam ter o domínio da posse de bola e ocupar o campo adversário na maior parte do tempo.