Eleito o segundo melhor jogador do Mundial de Clubes 2006, perdendo apenas para o português Deco, do Barcelona, o meia-atacante Iarley foi uma das figuras mais significativas da conquista do Inter, em Yokohama, no Japão. Foi dele a jogada e a assistência para Adriano Gabiru, aos 36 minutos do segundo tempo, marcar o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Barcelona, que deu o título ao Colorado.
Quinze anos depois, no aniversário da maior conquista da história do Inter, Iarley segue bastante prestigiado pelos torcedores colorados. Seja aqueles que acompanharam de perto a vitória sobre o gigante espanhol, de Ronaldinho e companhia, ou até aqueles que nem eram nascidos, mas ouvem, leem e assistem a todos os detalhes do que ocorreu no 17 de dezembro de 2006, no Estádio Internacional de Yokohama.
— É muito gratificante, pois passou tanto tempo, mas a emoção é quase mesma. Eu estou nos últimos dias no Rio Grande do Sul, e a euforia é ainda maior. É um Mundial de Clubes, então todos se sentem campeões. Os mais jovens e os mais velhos. Os pais colocam as crianças para ver os lances na internet e eles se identificam, me encontram na rua e me agradecem — destaca Iarley.
Aos 47 anos, o cearense de Quixeramobim também guarda na memória todos os detalhes da construção do gol que deu a vitória ao Inter, desde o chutão despretensioso de Índio até a conclusão de Gabiru, que entrara no jogo no lugar do capitão Fernandão. Dessa forma, no momento da assistência, era Iarley que usava a braçadeira de capitão:
— Eu dou um drible no Puyol, que vem muito acelerado para matar a jogada. Tive a felicidade de colocar a bola entre as pernas dele e conseguir clarear o lance, conduzindo com tranquilidade e paciência. Os meus dois companheiros de frente, tanto o Gabiru como o Luiz Adriano, me deram opção de passe. A galera até brinca e pergunta o motivo de eu ter passado para o Gabiru e não para o Luiz. Eu explico que ele estava melhor posicionado, em condição real de finalização. E a escolha foi a certa, pois a bola entrou e fizemos 1 a 0.
Mesmo com o título do Inter, a tradicional premiação do melhor em campo no Mundial de Clubes deu a taça de ouro para Deco, do vice-campeão Barcelona. Iarley ficou em segundo, com a bola de prata, e Ronaldinho em terceiro, com o bronze. Embora as justificativas da época tenham considerado o desempenho em toda a competição, e não somente na decisão, houve muitas críticas ao fato de um jogador do time campeão não ter recebido o prêmio máximo individual.
— Tanto eu, o Gabiru ou o Clemer poderíamos ter ganho. Acho que ficaria de bom tamanho dar o troféu de melhor jogador para um da equipe que conquistou o título. Então poderia ter sido diferente aquela premiação — avalia.
Além de participar das celebrações dos 15 anos do título mundial do Colorado, recebendo torcedores que visitaram o Beira-Rio na última quinta-feira (16), Iarley também está lançando um livro contando bastidores da conquista, que pode ser adquirido na loja.pedroiarley.com. O atacante promete ao leitor histórias que, 15 anos depois, ainda não foram contadas.
— Tem a reunião que fizemos com o Fernandão e o Abelão. O treino que o time reserva faz 3 a 0 no principal. O episódio da França, que dois jogadores não saíram do aeroporto. Na entrada em campo, o Puyol tentou nos intimidar e o Índio respondeu. Então são várias histórias legais — conta Iarley.