Nos últimos 15 anos, o torcedor colorado revisita na memória o que estava fazendo no dia 17 de dezembro, quando o Inter conquistou o Mundial de Clubes. Se isso ocorre com quem estava em frente à televisão ou ouvindo o jogo pelo rádio, o que esperar de quem estava dentro de campo?
Zagueiro do time que bateu o Barcelona, em Yokohama, no Japão, Índio convidou outros ídolos do clube para comemorar o feito alcançado em 2006. E promete vestir a camisa utilizada nos minutos finais, manchada de sangue, depois que ele quebrou o nariz em um choque com o volante Edinho.
— Eu tenho uma delas (camisas) comigo. A outra, que eu usei no primeiro tempo, para ser sincero, acho que dei para um parente meu. Não sei se está com ele ou alguém, mas a outra está comigo e vou vesti-la lá na Aldeia do Índio hoje (sexta-feira). Cada ano que passa, tem que comemorar este título inédito e tão maravilhoso — revelou em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha.
Em seu empreendimento, localizado em frente ao Beira-Rio, o antigo camisa 3 colorado reunirá personagens como o ex-presidente Fernando Carvalho, o técnico Abel Braga, e ex-atletas, como Clemer, Ceará e Wellington Monteiro.
— Eu nunca consegui me afastar do Inter. Quando parei de jogar, fiz um trabalho na área social, viajando pelo interior do Estado e por todo o Brasil. Aquela energia que a gente recebia dentro de campo, pude conviver um pouco por três anos. Na pandemia, eu saí do clube, mas sempre tive a ideia de estar junto dos torcedores e, com um amigo meu, realizei o sonho. Adoro estar na Aldeia do Índio, onde assistimos aos jogos, com ex-atletas que agora viraram torcedores. Então, hoje (sexta), vamos fazer uma festa, porque é um momento de alegria, de relembrar tudo.
Durante a celebração, os colorados poderão revisitar momentos da partida, como o gol marcado por Adriano Gabiru.
— Claro que tem o lance do gol, mas o que marcou é que nosso grupo tinha uma confiança muito grande. Não existia dúvida. Nós sabíamos que poderíamos conquistar aquele título, mesmo enfrentando o poderoso Barcelona. O grupo era focado, sabia o que queria, e a gente acreditava que poderia marcar o nosso nome na história do Internacional — comenta o ex-zagueiro.
Outro momento citado por Índio como fundamental para a conquista diz respeito ao discurso feito por Fernandão, no vestiário do estádio, antes de ingressar no gramado.
— É de arrepiar. O homem era fora de série. Era nosso capitão e, além de jogar muito, conseguia comandar o nosso grupo com as palavras dele. Naquele Mundial, quando ele disse que a gente poderia ser campeão e marcar nosso nome na história, o sangue ferveu. Graças a Deus, tudo o que ele falou foi o que aconteceu. Ele foi um cara que nasceu para comandar, para ser capitão. Veio ao mundo para passar ensinamentos bons. Quando cheguei ao Inter, ele foi na porta do vestiário, me deu um abraço, disse que estavam montando um grupo para ganhar títulos. Além disso, era um pai de família, um pai exemplar. Eu levo isso como ensinamento para a minha vida — concluiu.