Na manhã de 17 de dezembro de 2006, o Inter pintava o mundo de futebol de vermelho. Em um jogo histórico, o time de Abel Braga venceu o Barcelona por 1 a o, gol de Adriano Gabiru. Muito aconteceu nesses 15 anos, mas o que não mudou foi o peso dessa história na vida de cada um dos milhões de colorados.
Para relembrar este jogo eterno, GZH lista cinco fatores que levaram o Inter a vencer o Barcelona em Yokohoma.
1) Motivação
Cada um dos jogadores colorados se preparou para fazer o jogo de sua vida. O discurso de Fernandão no vestiário minutos antes de a bola rolar ainda arrepia o torcedor colorado tanto tempo depois. Acreditar que era possível vencer o Barcelona de Ronaldinho foi o primeiro passo para a conquista.
2) Aplicação tática
Diante de um time reconhecidamente mais qualificado, o Inter precisou cumprir à risca o plano tático. O principal sacrifício ficou sob responsabilidade de Fernandão. O camisa 9 foi o responsável por vigiar o volante Thiago Motta, jogador que comandava a saída de bola do Barça. Funcionou. O meio-campista ítalo-brasileiro não teve espaço, e o volume ofensivo dos espanhóis não foi tão grande como o esperado.
3) Ritmo de jogo
O elenco colorado chegou tinindo para o Mundial. Mesmo com o título da América, o time manteve o ritmo de competitividade no período entre a Libertadores e o Mundial — tanto que terminou o Brasileirão em segundo lugar, atrás somente do campeão São Paulo. A estratégia permitiu competir fisicamente com o Barça, que estava no meio da temporada europeia.
4) A escolha de Abelão
A primeira passagem de Abel Braga como técnico do Inter foi marcada pela vitória no Gre-Nal do Século. Em fevereiro de 1989, valendo pelo Brasileirão de 1988, Inter e Grêmio decidiam no Beira-Rio um lugar na decisão do torneio. No primeiro tempo, o Tricolor abriu vantagem de 1 a 0. Os colorados ainda tiveram o lateral-esquerdo Casemiro expulso. Mesmo com um a menos, Abelão foi atrevido. Sacou o volante Leomir para o ingresso do atacante Diego Aguirre. Funcionou. Com dois gols de Nilson, o Inter virou o confronto e decidiu o título contra o Bahia.
No Japão, o treinador fez outra troca inesperada. O esforço de anular Thiago Motta pagou o seu preço no corpo de Fernandão. Até então criticado pela torcida, Adriano Gabiru foi o escolhido para entrar no lugar do capitão. Deu certo outra vez, e foi dele o gol do título. A torcida colorada pede perdão até hoje ao meio-campista.
5) Iarley
Os dois momentos mais importantes do jogo passam pelos pés de Pedro Iarley Lima Dantas. O atacante virou titular após a venda de Rafael Sobis para o Bétis. Saiu o impeto do jovem da base, entrou a experiência de Iarley, campeão do mundo com o Boca Juniors em 2003.
Sua participação é essencial no título. Primeiro, foi dele o passe para o gol de Gabiru. O atacante conseguiu a façanha de colocar lances teoricamente desinteressantes entre os melhores momentos do jogo. No final da partida, o Barça foi atrás do empate. Iarley conseguiu prender a bola em zonas "mortas" do campo, fazendo o relógio correr sem o adversário ameaçar o gol de Clemer. Foi uma aula de proteção de bola.