Com os desenhos do arco & flecha e de uma pessoa surfando — os emojis que haviam viralizado há cinco dias, quando era iminente o acerto —, o Inter anunciou, às 18h53min desta segunda-feira (27) que Alexander Medina, o Cacique, será o técnico para a temporada 2022. A brincadeira nas redes sociais faz referência, obviamente, ao artefato dos indígenas e também a Gabriel Medina, o surfista.
O treinador assina contrato de um ano com extensão automática por mais um em caso de atingir alguns objetivos — apesar de não terem sido divulgados, consistem em alcançar vaga direta à Libertadores, seja via Brasileirão ou por meio da Copa do Brasil ou da Sul-Americana.
Com o acerto oficializado também no site do clube, com direito a foto do presidente Alessandro Barcellos e do novo comandante, tirada no Uruguai, onde ocorreu o acordo definitivo, foi a vez de o vice de futebol, Emilio Papaléo Zin, e do executivo Paulo Bracks convocarem uma entrevista coletiva. O encontro virtual com jornalistas teve dois objetivos: cronologicamente, o primeiro foi se defender de críticas na imprensa recebidas pelos dirigentes; o segundo, atualizar as ações desde o fim do Brasileirão.
— O departamento de futebol sempre teve controle da negociação. Avançamos e recuamos em conjunto com o conselho de administração. Nesses últimos dias, sofremos críticas que que reputo injustas. Falou-se em demora. O tempo é nosso. Uma coisa é contratar um técnico que está livre no mercado. Outra é contratar alguém que está empregado. Cacique se desvinculou do Talleres no dia 23 de dezembro, anunciamos sua contratação hoje, 27, quatro dias depois. Se isso é demora, sim, somos demorados — disse Papaléo.
Depois da manifestação do dirigente, foi a vez do executivo, que atendeu a 13 repórteres ávidos por esclarecer o desenrolar da novela que culminou com a contratação de Medina. E Bracks confirmou o que GZH sempre trabalhou: a primeira negociação foi com o uruguaio. Quando as tratativas chegaram em um impasse, Paulo Sousa virou o alvo. As conversas avançaram bastante.
— Até que houve uma palavra chamada leilão. O Inter não entra em leilão. Retomamos a conversa com Medina. Houve uma flexibilidade por parte dele em alguns pontos. Estamos satisfeitos com a definição do nome, porque tem muito a oferecer ao Inter. Agora trabalhamos com a comissão técnica. Vou ao Uruguai para os detalhes finais — esclareceu Bracks.
Medina chegará com uma comissão técnica composta por seis profissionais. Além disso, o Inter irá repor a vaga de auxiliar permanente, que era ocupada por Osmar Loss até seu desligamento, na semana passada. O novo treinador estreará na primeira rodada do Gauchão, no final de semana de 24 de janeiro. O time que entrará em campo, porém, ainda não foi definido e dependerá da pré-temporada. Até lá, o desafio agora é buscar reforços em posições carentes. Segundo o dirigentes, o clube está no mercado por lateral-direito, volante e centroavante.
Enquanto isso, o Cacique, ainda no Uruguai, mandou um discreto recado aos colorados:
— Estou muito feliz com o desafio no Inter. Desejo o melhor, um abraço a todos e um grande 2022.