A noite de sábado (13) foi de festa para os pouco mais de 10 mil colorados que compareceram ao Beira-Rio. Em uma rivalidade como a Gre-Nal, os torcedores de um clube estão sempre ligados ao que acontece com o outro. Foi isso que ocorreu na vitória do Inter sobre o Athletico-PR, por 2 a 1, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Os dois gols de Edenilson que garantiram a virada para o time de Diego Aguirre após David Terans ter aberto o placar para o Furacão não foram os únicos comemorados no Beira-Rio. Das arquibancadas, vieram gritos com a mesma empolgação a cada gol do América-MG na vitória de 3 a 1 sobre o Grêmio, em Belo Horizonte. Após o apito final, enquanto os atletas do Inter comemoravam no gramado o triunfo obtido, os gritos que ecoavam no estádio eram de provocação ao Tricolor.
As referências ao rival, porém, ficaram apenas entre os torcedores. A única voz do vestiário colorado foi Diego Aguirre, que não escondeu sua satisfação com o desempenho do Inter na virada sobre o Furacão.
— Nós fizemos um bom jogo e ganhamos merecidamente. Foi uma vitória muito importante. Estamos brigando por um objetivo, que é nos classificarmos para a Libertadores. Temos de continuar até o final tentando o máximo de vitórias possível. Estou feliz pelo desempenho. O Inter jogou muito, pressionou e teve personalidade, começou perdendo e foi buscar a vitória. Apresentamos muitas coisas boas. O rendimento foi muito bom, parecido com o que tivemos contra o Grêmio. Às vezes, não conseguimos manter o nível. O Inter é um time emocional, aguerrido. Isso é uma característica que gosto muito, mas também temos a qualidade — afirmou.
Se Edenilson foi o artilheiro da noite, com dois gols, outro jogador chamou atenção: Carlos Palacios teve uma grande atuação, a sua melhor com a camisa colorada. Aguirre ressaltou que o crescimento do chileno surge como um reforço para ele nesta reta final de Brasileirão.
— Fico feliz por ele. Pode jogar onde jogou (por dentro na linha de três meias) ou por fora. Ele jogou muito bem no lugar do Taison. Ganhamos uma opção muito importante. O Palacios que o Inter buscou, jogador de seleção chilena, é um jogador de classe, de bom nível. Somamos um jogador muito importante — avaliou o técnico colorado, que falou ainda sobre o trabalho feito fora de campo para dar suporte a Palacios na adaptação ao Brasil.
— O clube deu carinho, teve muito trabalho para ele sentir o Inter como uma família. As dificuldades são normais quando um menino sai do seu país, vi isso muitas vezes no futebol. O Inter teve paciência, trabalhamos muito com ele. Teve um trabalho espetacular da Patrícia (Vasconcellos), da área social do clube. Isso deu resultado. O Inter apostou porque foi uma contratação importante. Tudo isso hoje está rendendo no campo. Talvez tenha sido bom para ele falarmos o mesmo idioma, conversamos. Jogadores são pessoas, têm sentimentos, coisas acontecem, há dificuldades. Penso que isso ficou para trás. Ele precisava de uma boa atuação para ganhar confiança, e acredito que irá demonstrar muito mais ainda — completou.
A vitória sobre o Athletico-PR não foi suficiente para o Inter entrar no G-6, porque o Corinthians venceu o Cuiabá também no sábado. Uma nova oportunidade para entrar no grupo dos seis primeiros virá na próxima quarta-feira, quando o Colorado irá enfrentar esse mesmo Cuiabá em jogo no qual Diego Aguirre terá problemas para escalar a equipe. Pelo terceiro amarelo, o zagueiro Cuesta, o lateral Moisés e o meia Mauricio serão desfalques. O meia-atacante Taison e o goleiro Daniel seguirão fora. Em meio a tantas ausências, a volta do centroavante Yuri Alberto é a boa notícia para o treinador uruguaio.
Já a presença de Edenilson na Arena Pantanal dependerá de como vai ser a sua utilização por Tite na Seleção Brasileira. Se ele entrar em campo contra a Argentina, dificilmente jogará contra o Cuiabá. Com os dois gols no sábado, o camisa 8 se tornou o maior goleador do novo Beira-Rio, desde a reforma para a Copa do Mundo de 2014. Elechegou a 27 contra 26 de D'Alessandro.
Falando em D'Alessandro...
O técnico Diego Aguirre comentou a declaração dada por D'Alessandro na semana passada, quando o argentino revelou seu desejo de retornar ao Inter em 2022 para jogar os últimos meses da carreira. O uruguaio abriu as portas para a volta do meia que foi comandado por ele no Inter em 2015.
— D'Alessandro é um símbolo do clube. Tive a sorte de trabalhar com ele. Como não vou querer o D'Ale? Sempre vou querer, porque é um ídolo. Por mim, tem as portas abertas, porque é um grande jogador e merece finalizar a carreira cumprindo o sonho de jogar aqui as últimas partidas. Para mim, isso seria muito bom. Se acontecer, será um prazer ter um jogador da qualidade dele.