O 2022 do Inter não deve ter Diego Aguirre no comando técnico. Seja por um eventual convite da seleção uruguaia, aguardado para os próximos dias, por decisão do próprio clube, ou ainda por escolha do treinador. O cenário atual é de mudança a partir do próximo ano. Portanto, no Beira-Rio, há olhos atentos ao mercado não só para jogador, mas também para a casamata. E o nome preferido é o de Eduardo Coudet.
Sim, Eduardo Coudet. O técnico que deixou o Inter em novembro do ano passado para se juntar ao Celta de Vigo voltou a aparecer no imaginário da torcida e de dirigentes. O frissom aumentou mais ainda porque o treinador falou sobre o tema ao ser perguntado em entrevista coletiva nesta segunda-feira. O questionamento de um jornalista espanhol tratou dos rumores nas redes sociais de que dirigentes do Inter, mais especificamente o presidente Alessandro Barcellos, teria ligado para o treinador para saber de sua situação. E não é que Coudet confirmou tudo?
— Sim, sigo falando não só com o presidente, que é meu amigo, mas com outras pessoas que trabalham no clube. Conversamos frequentemente, e sabem que tenho contrato até 2024. Tenho amigos, mas tenho compromisso aqui. Nem sabia dessa informação — respondeu.
Esse vínculo de Coudet foi estendido no final da temporada europeia. Sua campanha no Celta fez os dirigentes ampliarem seu contrato para mais três anos. Houve até a inclusão de uma multa em caso de quebra, cujos valores são especulados em 10 milhões de euros (mais de R$ 63 milhões). Obviamente, os valores inviabilizam qualquer negociação. Para o argentino voltar a Porto Alegre, teria de haver alguma saída consensual.
E isso também foi alimentado. Tudo porque o neto de Carlos Álvarez, herdeiro da família dona do clube, criticou publicamente, em seu Twitter, um jogador xodó, Denis Suárez, dizendo que o Celta deveria vendê-lo. Isso desagradou internamente. Coudet, nessa mesma coletiva, tratou de pôr panos quentes:
— É por isso que fico de fora das redes sociais. Não gosto de me envolver em nada que não tenha a ver com meu trabalho.
Essa polêmica causou expectativa, especialmente entre colorados. Para o bem e para o mal, Coudet é sempre trending topic no Inter. Só que ainda faltam duas rodadas, o time não está classificado nem para a fase preliminar da Libertadores e o futuro é incerto. Por isso, dirigentes trataram de minimizar a entrevista. Externamente, falam que se trata apenas de amigos falando de futebol. E que de fato não há negociação.
Enquanto isso, Aguirre também percebe um desgaste. A esperança pelo convite da Associação Uruguaia somada ao áudio de Paulo Paixão e o teto que o time atingiu ao ganhar o Gre-Nal do segundo turno dão uma cara de fim de festa ao trabalho. Há gratidão ao treinador, que pegou um time em situação calamitosa, na segunda metade da tabela, eliminado da Copa do Brasil e goleado pelo Fortaleza no início do Brasileirão e, entre erros e acertos, com campanha para brigar por vaga em competição sul-americana e longe do risco da queda — que na comparação com o rival e até com o cenário dos primeiros jogos já pode ser considerado um alívio.
Com a iminente saída de Aguirre, há apenas um plano em andamento: Coudet. A ideia é tentar de todas as formas algum acordo. Se esgotar as alternativas e tudo não passar de um delírio torcedor, aí, sim, outras estratégias serão executadas. Uma delas é Roger Machado. A outra é Juan Pablo Vojvoda. Ambos, porém, devem ser procurados por outras equipes. E, ao mesmo tempo, há ainda Atlético-GO e Bragantino até quinta-feira que vem, em busca da Libertadores ou contentar-se com a Sul-Americana.