O técnico Miguel Ángel Ramírez, que deixou o Inter em junho, foi apresentado, na quinta-feira (22), como novo técnico do Charlotte FC, dos Estados Unidos. O clube passará a disputar a Major League Soccer (MLS) a partir de 2022 e, neste período, o espanhol poderá organizar o time para a próxima temporada.
— É uma grande oportunidade treinar uma equipe da MLS. Vou trabalhar para que seja um espetáculo que valha a pena parar por 90 minutos, no fim de semana, e assistir com a família e com os amigos — disse em sua primeira manifestação como treinador do Charlotte FC.
Ao longo da apresentação, que durou menos de 30 minutos, o treinador fez um breve relato sobre a sua carreira e respondeu a perguntas de jornalistas — algumas em inglês, outras em espanhol. Pouco falou, porém, sobre a passagem pelo Inter. Em uma das únicas manifestações a respeito do trabalho no Brasil, garantiu que não se incomoda por ser um dos poucos técnico estrangeiro na MLS.
— Vou ser muito honesto com você: odeio o limite que colocamos em nossas mentes. Esses pensamentos não ajudam você em nada. Não gosto de limitações. No Brasil é igual. Treinador espanhol? Mas se eu tivesse esse pensamento, não teria ido para o Brasil e não teria vindo para cá. Eu não me importo com isso (ser um treinador estrangeiro). Você precisa começar com algo, precisa acreditar. Se eu achar que meu sistema e meu jeito de jogar não vão funcionar, fico em casa e não faço nada. Mas eu acreditava que poderia estar aqui hoje — afirmou Ramírez.
O único treinador estrangeiro a vencer a MLS, até hoje, foi o argentina Tata, em 2018, à frente do Atlanta United. Nas últimas temporadas, técnicos como o holandês Frank de Boer, o uruguaio Diego Alonso e, mais recentemente, o argentino Gabriel Heinze não duraram muito tempo na liga. Quanto a isso, Ramírez assegurou que não se coloca muita pressão:
— Eu não crio muita expectativa, porque assim eu fico mais tranquilo e não me frustro. Venho com toda energia e disposição para fazer o meu trabalho. Vai ser uma experiência em um país diferente, com uma cultura diferente, que é um pouco do que tenho feito nesses últimos anos. Quanto à competição, creio que a MLS ainda está se formando e, tanto para treinadores quanto para jogadores jovens, não sei se é um objetivo, um fim, mas sim um meio. Espero viver uma grande experiência, competitiva, e chego para montar a primeira equipe do Charlotte, e isso será um desafio.
Pelas redes sociais, o treinador agradeceu pela recepção na cidade e garantiu que está empolgado pelo novo desafio: "Obrigado à cidade por esta incrível recepção. Um momento inesquecível. Foi ótimo conhecer os jogadores na apresentação e estou ansioso para começar a trabalhar juntos".