A declaração de Edenilson na saída de campo, logo após o Gre-Nal, gerou forte repercussão depois da derrota do Inter no clássico de ida da final do Gauchão. Nesta segunda-feira (17), o volante pediu para conceder uma entrevista coletiva e explicou as afirmações, assegurando que não fez críticas ao modelo de jogo proposto por Miguel Ángel Ramírez.
— Foi uma iniciativa minha vir aqui e conversar, justamente para esclarecer a declaração pós-jogo. Acredito que no calor, indignado com a derrota, acabei tentando fazer uma avaliação da partida, do momento da partida em que a gente sofreu a virada, mas longe de falar do esquema do treinador ou da forma de jogar. Eu quis dizer que, naquele momento do jogo, a nossa equipe não estava conseguindo jogar e acabou ficando exposta e oferecendo contra-ataques para o rival dentro da nossa casa, que é uma coisa que a gente não quer. Foi uma avaliação como time. Depois, no vestiário, conversamos todos, nos cobramos, resolvemos chegar aqui hoje, trabalhar para melhorar isso — disse o jogador.
O Inter tem uma semana decisiva. Na quinta-feira (20), encara o Olimpia fora de casa pela quinta rodada da fase de grupos da Libertadores. Domingo que vem, na Arena, tenta reverter a desvantagem em busca do título gaúcho.
Confira os destaques da coletiva de Edenilson
Falta de vitórias em Gre-Nal
"Responsabilidade é toda nossa, nós que estamos ali. E quando eu falo nós, falo de atletas e comissão técnica. Lógico que temos todo um estafe e um clube por trás, mas na hora do jogo, são os jogadores que entram em campo com as instruções do treinador. Com certeza temos culpa, sabemos disso, nos cobramos por isso e vamos fazer de tudo para reverter isso na semana que vem."
Críticas ao modelos de jogo
"O esquema de jogo, a gente vem treinando há um tempo. Procuramos trabalhar juntos, ele (Ramírez) é um treinador muito aberto a ouvir a nossa opinião. Então, eu nem posso criticar o trabalho do treinador, sendo que estou incluso nele. Eu também dou minhas opiniões, assim como todos os jogadores. Ele é um treinador muito aberto e comunicativo. Não tem porque fazer esse burburinho de conspiração, que não existe. Está todo mundo no mesmo barco. Quando ganha, ganha todo mundo, e quando perde também. O que me incomoda é que eu fui fazer uma avaliação para não dar uma resposta robótica e, ao invés de ajudar, as pessoas distorcem o que se fala."
Elenco sente o peso da falta de títulos?
"Sendo sincero, não dá tempo. A gente sentiu ontem (domingo), e hoje já tínhamos que estar treinando para a Libertadores. Sabemos que os títulos estão em falta, mas só o trabalho pode resolver isso. Vejo muita gente falando que o problema é o grupo. Somos um grupo que trabalha e que se dedica todos os dias. Tenho certeza de que o clube tem feito de tudo para dar o respaldo. E tenho certeza de que o grupo tem a capacidade de fazer o que é pedido para que isso (falta de títulos) seja revertido."
Inter sabe ganhar Gre-Nal?
"O que eu posso te falar é que sempre podemos tentar reverter no próximo clássico. No fim de semana, teremos mais uma oportunidade e, caso a gente reverta essa situação e o resultado negativo, seremos campeões."
O que fazer para ganhar clássicos e conquistar títulos?
"O que se pode fazer é tirar o peso da responsabilidade. Sempre jogamos com essa angústia de ser campeão. De repente, vamos tentar jogar mais livres e mais soltos para que possamos mudar isso e, se Deus quiser, reverter o resultado na Arena."
Vitória fora de casa na Libertadores
"Na quinta-feira, já temos a primeiras de duas decisões. Lógico que tivemos erros. Na primeira partida, teve altitude, e no segundo tivemos erros pontuais de um jogo controlado e acabamos nos complicando. Tenho certeza de que o Ramírez está pensando na melhor maneira para atuarmos, vamos escutá-lo para que possamos voltar do Paraguai com a vitória."
Segunda virada sofrida
"Esse tipo de cobrança que tivemos. Precisamos ter mais comunicação. Não tem torcida nos estádio, então podemos conversar mais, nos cobrarmos mais e nos incentivarmos mais. Acho que, às vezes, é isso que nos falta. Essa concentração no fim dos jogos, como vimos ontem (domingo), ela acaba resolvendo a partida."
Dois meses de Ramírez no Inter
"Se pegar no geral, tivemos mais jogos bons do que ruins. Se pegarmos nossas derrotas, elas aconteceram em erros pontuais e, mesmo assim, tendo um bom volume de jogo. O treino é todo do professor Miguel, com ajuda do Martin (Anselmi) e do Osmar (Loss), que são os seus auxiliares. Tenho certeza de que a gente entendeu o estilo de jogo que ele quer implantar. A própria demonstração está nos resultados que apresentamos em casa, e é nisso que temos que nos apegar. Não podemos nos achar o melhor time porque fizemos seis, mas sim, se apegar aos detalhes que nos fizeram marcar tantos gols e conquistar as vitórias."
Problema psicológico
"Não credito a questão psicológica. Todos somos atletas profissionais acostumados a disputar essas partidas. Não tem como falar que esse é o motivo. São fatores que acontecem durante as partidas. Nessa semana, perdemos dois jogos, não sei se foi a primeira vez que isso já ocorreu com o professor Miguel, mas temos que aprender o quanto antes. Às vezes, aprendemos nas vitórias e outras da forma mais dolorida, que é com a derrota."
Lideranças do elenco sem conquistas
"Não concordo que o momento decisivo de uma competição está no último jogo. Porém, concordo que não conseguimos trazer o resultado para o clube, que é o título. Se nós somos os atletas que continuamos aqui, é porque algo de bom nós fizemos, e o clube vê isso. A partir do momento em que a gente não servir mais para o clube, isso será um ciclo normal. Atleta e clube procurar um melhor caminho. Como atletas profissionais do clube, iremos acatar."
Adaptação do elenco a Ramírez
"Temos que nos adaptar aos pedidos do treinador. Sempre foi assim, e não ao contrário. Até porque ele é o comandante do grupo de atletas. Temos que nos adaptar às formas dele, independentemente de ele ter os 11 ou fazer o time na hora do jogo. Estamos representando o Inter e ele nos ajuda a fazer isso."