Depois de uma semana auspiciosa, em que parecia que Miguel Ángel Ramírez havia encontrado o melhor time, o Inter regrediu. E logo na primeira semana decisiva do ano. Em um jogo que tinha tudo para encaminhar classificação para a segunda fase da Libertadores, antes do primeiro Gre-Nal decisivo do Gauchão, o Colorado perdeu para o Táchira por 2 a 1, de virada, e se complicou na competição continental.
O Grupo B, aliás, tem uma situação curiosa: após sete jogos, não houve empates nem vitórias dos visitantes. Por isso, a chave está completamente embolada. Na quinta-feira, os dois outros integrantes, Always Ready e Olimpia se enfrentam na altitude de La Paz, onde os bolivianos costumam levar vantagem. Na próxima semana, o Inter enfrenta os paraguaios em Assunção e encerram a primeira fase diante do Always Ready no Beira-Rio. Com quatro pontos, terão confirmado classificação, mas é inegável que a situação ficou mais difícil.
Especialmente porque o Táchira deveria ser o adversário mais fraco do grupo. Os venezuelanos, que haviam levado 4 a 0 ao natural em Porto Alegre, demonstraram pouca qualidade técnica. Mas superaram o time gaúcho na força e na dedicação. Conseguiram buscar um resultado depois ter saído atrás no placar. Verdade que o gramado não tinha o mesmo nível do Beira-Rio, mas não passou por aí a derrota. Isso dito por Thiago Galhardo, autor do gol:
— Viemos para vencer, triste pela derrota, um campo pesado, difícil de jogar. Mas isso não é desculpa, não vamos usar muleta para derrotas.
Ramírez afirmou que o gramado pesado acelerou o desgaste de seu time. Segundo ele, não houve apatia de seus jogadores:
— Não concordo que estivemos apáticos. Estávamos sendo superiores, mas cansamos e perdemos a lucidez para tomar boas decisões. A respeito da pressão no Gre-Nal, para mim não muda nada. São campeonatos diferentes. Precisamos ganhar do Olimpia para poder avançar.
De olho no clássico
Antes de se preocupar com a Libertadores, porém, há outra pedreira gigante para o Inter. No domingo, o time de Miguel Ángel Ramírez recebe o Grêmio, na primeira partida da final do Gauchão. Será um desafio ao espanhol, que perdeu o primeiro clássico que participou, ainda pela primeira fase do Estadual.
— Vamos trabalhar para retomar, domingo tem decisão e vamos nos preparar — reforçou Galhardo.
Ramírez terá algumas decisões a tomar. Uma delas é a defesa, já que Zé Gabriel falhou no gol de empate do Táchira. Ele foi bastante criticado por analistas e também por torcedores na rede social. Do meio para a frente, há outras incógnitas. Taison não pode jogar, já que não está inscrito no Estadual, então o treinador precisará optar por Maurício ou Praxedes. Ou até mesmo escalar os dois juntos, se Patrick não estiver recuperado. Palacios ficou no banco, pode estar à disposição. Edenilson, que foi reserva na Venezuela e entrou apenas no final, deve retomar o lugar no time. A dupla Galhardo e Yuri Alberto, que começou a partida da Libertadores, pode ser repetida.
Há mistérios para o Gre-Nal. Mas agora não só no bom sentido, das interrogações pré-clássico. O Inter abriu sua semana decisiva da pior forma possível.