Era para ser o jogo da classificação. Foi o da complicação. A derrota por 2 a 1, de virada, para o Táchira recolocou os venezuelanos na disputa por vaga e obriga o Inter a buscar pontos contra o Olimpia, semana que vem, a menos de 72 horas do Gre-Nal decisivo do Gauchão. Ou seja, o tropeço em San Cristóbal criou um emaranhado justamente em um momento decisivo.
Foi uma noite em que quase tudo saiu arrevesado para o Inter. Principalmente nos últimos 30 minutos de jogo, quando ficou nítido que havia chegado a conta pela decisão de sábado, seguida de longa viagem até a fronteira com a Colômbia e um gramado alto, que parecia arrastar a partida. O técnico do Táchira, Juan Tolisano, em entrevista aqui mesmo para a coluna, havia deixado claro que o campo seria um aliado do seu time. Assim foi.
Só que nem tudo pode ser colocado na conta do gramado e do cansaço. O Inter sucumbiu também pelos seus erros. Miguel Ramírez entrou com Yuri Alberto, aberto na esquerda, sendo um dos responsáveis por abastecer Thiago Galhardo. Na direita, Marcos Guilherme foi o eleito. Edenilson foi preservado e cedeu lugar a Nonato. Nos primeiros 45 minutos, o Inter foi predominante, criou chances e acionou Galhardo, pelo menos, três vezes. A superioridade técnica prévia se estabelecia no jogo.
Na volta do intervalo, o gol logo aos seis minutos confirmava o predomínio. Só que, a partir da vantagem, o Inter passou a desacelerar. Ramírez mudou peças, numa tentativa de reabastecer a energia da equipe. Não resolveu. Moisés foi a medida do quanto o time estava pregado. O lateral é uma fortaleza física. Mas passou a assistir ao jogo e a não encontrar os venezuelanos.
Tanto é que Marcelo Lomba passou a ser personagem. Salvou três vezes. Aí veio a virada. No primeiro gol, Moisés foi envolvido e Zé Gabriel pifou o atacante venezuelano. No segundo, Edenilson estava soberano na bola. Mas não percebeu que ela foi perdendo velocidade e sobrou para o atacante que se meteu entre ele e Lomba. Pênalti e 2 a 1.
Assim, a noite colorada acabou azedada e com um retrospecto indigesto nesta Libertadores. Perder para um boliviano e um venezuelano, mesmo com descontos do ambiente, do gramado e do cansaço, é algo que terá de ser muito bem administrado. Mais do que isso, merece uma revisão muito minuciosa para detectar as causas desses tropeços. Agora, além de sonoros, eles também têm efeito prático no futuro imediato na competição.