Voltar os olhos à casamata do Inter na final do Gauchão Feminino, do próximo domingo (20), é encontrar uma figura familiar. No comando das Gurias Coloradas desde o início de 2019, o paulista Maurício Salgado, 48 anos, inspira tranquilidade de quem parece estar no clube há mais tempo. Ambientado em Porto Alegre, o treinador revelou, em entrevista a GZH, qual é a "arma" colorada para mais uma decisão diante do Grêmio.
Mesmo em um ano atípico, de pandemia do novo coronavírus e de pouco futebol, Salgado garante que a evolução de seu time foi evidente ao longo da temporada. Segundo ele, o entrosamento de um time que pouco mudou em relação a 2019 é primordial para um confronto complicado contra as gremistas.
— A palavra-chave do Inter é evolução. A grande diferença, do ano passado pra cá, é que esse ano o time chega mais maduro. Fizemos um ótimo Campeonato Brasileiro, o Inter estabeleceu uma característica de jogo. Sempre propositivo, com a posse da bola. Temos uma característica de jogo que não mudamos em relação a 2019, mas aprimoramos — analisou.
O Inter tenta defender o título e ser bicampeão dessa nova fase do Gauchão Feminino — agora, organizado pelo Federação Gaúcha de Futebol (FGF). O adversário já é um velho conhecido e motivo de atenção. O Tricolor tem o segundo melhor ataque do torneio com 23 gols marcado. Atrás justamente do Colorado, que marcou 28 vezes. Além disso, são oito Gre-Nais sem uma derrota para o rival.
Quando indagado se o Grêmio assusta de alguma forma, Maurício declarou bem humorado:
—Não assusta nem um pouco (risos). O que ocorre, principalmente com as equipes aqui do Sul, é que elas evoluíram. A tendência é de que haja um maior equilíbrio. Então, o que temos é um profundo respeito. O Grêmio fez uma temporada boa e chega com méritos na final do Campeonato Gaúcho.
A velha máxima "time que está ganhando não se mexe", vem sendo o mantra o treinador. Para a decisão, a escalação não foi revelada, mas Maurício antecipou que taticamente não terá alterações. Ao longo do ano, tanto no Brasileiro quanto no Gaúcho, o paulista usou peças novas em sua equipe. Alternou a experiência com juventude.
—Não assusta nem um pouco (risos). O que ocorre, principalmente com as equipes aqui do Sul, é que elas evoluíram. A tendência é de que haja um maior equilíbrio .
MAURÍCIO SALGADO
Sobre enfrentar o Grêmio na final
Segundo ele, um time vencedor não é formado apenas por 11 grandes jogadoras.
— Toda a vez que a gente pensa no projeto, pensamos no poder de grupo. A gente acredita que só conseguimos resultados e uma evolução efetiva com um grupo forte. Não são só 11 ou 12 jogadoras. Acho que o time fica mais rico em relação às possibilidades. Das 29 jogadoras do nosso grupo, todas jogaram efetivamente. Então, isso é um filosofia de trabalho mesmo — afirmou.
Na casamata colorada Na Arena Cruzeiro, em Cachoeirinha, às 10h de domingo, Maurício comandará um time confiante de que conseguirá o bicampeonato gaúcho. Ao menos, no discurso, a taça parece já estar assegurada por mais um ano no Estádio Beira-Rio.