Aventado desde o período eleitoral para o ocupar a vice-presidência de futebol do Inter em 2021, João Patrício Hermann, enfim, foi oficializado no cargo. Ao lado do futuro presidente Alessandro Barcellos, o dirigente concedeu sua primeira entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (29), no CT Parque Gigante.
Antes de responder aos questionamentos, leu uma carta de agradecimento em que fez referência o pai, Eraldo Hermann, que geriu o clube na conquista do Brasileirão de 1975. Em seguida, prometeu uma gestão com menos protagonismo para os cargos políticos.
— Estamos aqui para executar um projeto. Vamos trabalhar muito com as categorias de base e usar ciência de dados. O (dirigente) político ficará distante das questões administrativas e técnicas. Pretendo ser um vice-presidente discreto, que dará poucas entrevistas. O Paulo (Bracks) vem aí muito respaldado, bastante pesquisado no mercado e a ideia é dar espaço para o executivo. Eu serei o elo entre o Conselho de Gestão e o futebol — destacou.
Hermann também foi enfático sobre a manutenção de Abel Braga no comando da equipe. O dirigente, que ocupou o Conselho de Gestão nos últimos três anos, revelou que não há nada assinado com Miguel Ángel Ramírez e que o atual treinador permanecerá no cargo até o final da temporada.
— Não tem transição de treinadores porque nosso técnico é o Abel Braga. Claro que, durante a campanha (eleitoral), conversamos com alguns treinadores, mas não existe nada assinado ou adiantado. O Abel é nosso treinador e vamos dar respaldo a ele. Não vai mudar nada no nosso vestiário até 24 de fevereiro. A pandemia nos deixou confusos em relação ao calendário, mas é muito importante focar no Brasileiro para buscar uma melhor classificação e dar uma maior tranquilidade financeira à temporada de 2021 — concluiu.
Confira outros trechos da entrevista de João Patrício Hermann:
Conversa com Abel
"O Abel foi sensível, colocou suas inseguranças e nós tivemos uma conversa leal, olho no olho. O Abel confia na gente. Ele está no museu do clube, ninguém tira o que ele conquistou. Nós somos passageiros, mas ele está na história do Inter. Tivemos uma conversa franca em que demos a garantia de que ele vai fazer o trabalho até 24 de fevereiro com tranquilidade".
Miguel Ángel Ramírez
"É um ano atípico, por conta da pandemia. Temos um calendário importante até fevereiro e vamos cumprir isso com maestria. Conversei com os atletas e com o Abel, que está inserido no processo. Deixa a nova gestão assumir com tranquilidade, implementar o seu trabalho. Novos vice-presidentes virão e as coisas vão acontecer de uma forma tranquila no clube. A gente sabe que algumas rupturas serão feitas, mas vamos com calma. Não tem nada em relação a mais ninguém".
Paulo Bracks como diretor-executivo
"Aproveitei os últimos anos para buscar informações sobre outros clubes, visitei CTs, conheci profissionais e entendo que o clube tem profissionais extremamente capacitados que merecem oportunidade. O mundo do futebol está crescendo bastante e o Paulo vem dessa pesquisa nossa, por ser uma pessoa extremamente atualizada, que tem identificação com tudo o que a gente quer. E ele mostrou para nós não só conhecimento técnico como vontade de crescer".
Guiñazu como diretor técnico
"Não tem nada em relação ao Guiñazu. É um grande atleta da história do Inter, mas não sei de onde surgiu isso. Vai estar no guarda-chuva do Paulo (Bracks) o preenchimento desta vaga".
Taison
"É um atleta importante do mercado mundial, tem contrato até o meio do ano que vem e vai cumprir. Tivemos uma conversa muito agradável com o seu representante, para entender os desejos do atleta e para que ele conhecesse o presidente. Foi uma conversa de início de integração, até porque é um empresário importante do mercado. Mas foi só isso. Nada evoluiu e não tem nada em relação ao Taison".