A Rádio Gaúcha entrevistou os quatro candidatos à presidência do Inter neste sábado (31) para que pudessem apresentar suas ideias ao torcedor colorado. Cada um teve 20 minutos para responder aos questionamentos dos jornalistas Zé Alberto Andrade e Raphael Gomes.
O primeiro turno da eleição está marcada para 26 de novembro, em que o Conselho Deliberativo do clube indicará dois nomes para concorrerem aos votos dos associados, no segundo turno, em 15 de dezembro. Assim será escolhido o sucessor de Marcelo Medeiros na presidência do Inter.
Um dos candidatos é Guinther Spode, 69 anos, que representa a Chapa 1. Vinculado ao "Movimento Inter Grande", mesmo do presidente Medeiros, ele é membro do Conselho Deliberativo do clube desde 2005. Spode assumiu a presidência do Conselho após o pedido de licença de Aquino, seu concorrente pelo cargo, mas com a indicação também precisou se afastar da função.
Confira as respostas de Spode:
Experiência
Apesar de não estar exposto tanto quanto outras pessoas, estou no executivo de clube desde 2005. Fui assessor da presidência na primeira gestão do presidente Marcelo Medeiros. Só estive fora do Inter no período entre 2015 e 2016. A minha experiência dentro do comando do clube é muito grande. Também atuei como ouvidor por um longo período.
Modelo de dirigente
É muito difícil escolher um só dirigente. Mais fácil dizer porque entendo que alguns se destacaram. Um dirigente, evidentemente, marcante na história do clube foi Ildo Meneghetti. Outro que destaco é Carlos Stechmann, presidente da inauguração do Beira-Rio. Eraldo Herrmann, do primeiro título nacional. O Frederico Arnaldo Ballvé. O presidente Marcelo Feijó, do título invicto. Tem o (Arthur) Dallegrave, o Fernando Carvalho, de quando conquistamos o Mundial e mais recentemente o (Giovanni) Luigi, que, além de títulos, foi responsável pela remodelação do nosso belíssimo estádio.
Grande ídolo entre jogadores
O primeiro nome que me vem à cabeça, até por ser mais recente, é o Fernandão, que foi quem ergueu a taça do Mundial e a da nossa primeira Libertadores. É uma figura emblemática do clube. Mas pensando naquele jogador que considero como o melhor que eu vi no Inter, lembro do Falcão. Por outro lado, o Figueroa é um símbolo. Pela qualidade que tinha e também pelo histórico gol marcado em 1975. Outro que tem muito a ver com a nossa história, com as nossas raízes, é o Valdomiro. Ele nos representa muito bem. Foi alguém que passou por dificuldades, persistiu e teve enorme sucesso na carreira.
Histórico familiar
Nasci em São Leopoldo e vivi minha infância, adolescência e boa parte da vida adulta nesta cidade. Sou de origem muito humilde. Meu pai era carpinteiro e a minha mãe era lavadeira e costureira. Eram pessoas sem estudo, mas que fizeram todo o esforço possível para que eu e o meu irmão estudassem. Com isso, foi possível dar a volta por cima e sair daquela condição.
Relação com o Inter
O nosso mundo era muito limitado. Lembro que o primeiro jogo do Inter que assisti foi contra o Aimoré, em São Leopoldo, na Taba Índia, do lado de fora. Eu subi na bicicleta do meu pai e assisti a um jogo pela primeira vez. Confesso que não me lembro quais jogadores eram, mas lembro que o nosso goleiro era o Silveira. Era final da década de 1950, início da década de 1960. Na época, nem podíamos sonhar em pagar ingresso e assistir a uma partida. Era algo fora de cogitação por conta da nossa condição.
Técnico que mais admira
Primeiro que me vem a mente é o Abel Braga. Ele deu a volta por cima e em 2006 fechou com chave de ouro a sua passagem pelo clube. Não posso deixar de me referir também ao Ênio Andrade, do nosso título invicto de 1979. São nomes que de pronto me vem a cabeça.
Grande derrota
A primeira que me vem a mente é aquela derrota para o Olímpia. Estávamos próximos do primeiro título da Libertadores e escapou das nossas mãos. Também me marcou muito um jogo em 1975 ou 1976, pela Libertadores, quando estávamos superembalados, e fomos desclassificados para o Cruzeiro, que tinha uma equipe fantástica na época. Foram momentos de muita tristeza, mas faz parte. As derrotas, as vezes, ensinam e moldam mais do que as vitórias.
Primeira vez no Beira-Rio
Assisti aos primeiros jogos no Beira-Rio desde a inauguração. Dali em diante, já tinha condições de ir aos jogos. O meu lugar é na arquibancada. Na época, o estádio lotava com 90, 100 mil pessoas. Não tinha o espaço que tem agora entra as cadeiras.
Extravagância para assistir ao Inter
Minha maior extravagância está ligada a minha primeira experiência de assistir a um time profissional de futebol jogando em um estádio fechado. Foi aquela que eu me referi, na Taba Índia, estádio do Aimoré. Foi ali que me despertou a curiosidade de volta e meia assistir aos jogos.
Por que é candidato
Primeiro pelo meu coloradismo. Também pela expectativa de poder colaborar com o clube. A experiência que tenho, penso que me dá alguma perspectiva do que realmente o torcedor, o associado quer. Precisamos de uma grande autocrítica e união. Na verdade, todos queremos a mesma coisa. Eu me tornei candidato pois fui procurado por vários movimentos. A minha ideia é de unir o clube. Pelo meu perfil conciliador, foi isso quem sabe que motivou as pessoas que me procurara. O Inter evoluiu, se organizou, tem realizado um trabalho sério, mas pode ser melhorado. Para isso, precisamos saber ouvir. Penso que eu e os meus companheiros de chapa temos o perfil adequado para fazer acontecer com que o clube volte a levantar taças.