Se a estreia de Abel Braga já havia deixado uma má impressão, a derrota de 2 a 0 para o Santos, no último sábado (14), trouxe a certeza de que o Inter saiu momentaneamente dos trilhos. Com o revés sofrido na Vila Belmiro, a equipe deixou a liderança do Brasileirão. Agora será preciso fazer reparos às pressas para, na próxima quarta-feira (18), não dar adeus à Copa do Brasil.
— No primeiro tempo, as coisas estavam correndo bem. Conversamos, mudamos algumas coisas no posicionamento, tivemos o domínio, mas sofremos um gol em uma situação muito anormal. Isso está acontecendo em um momento que não esperávamos e temos que procurar a recuperação imediata. Foram três dias com duas derrotas. Isso não passava na cabeça de nenhum de nós — desabafou o treinador depois do segundo tropeço à frente da equipe.
No fim de semana, Abel já realizou duas mudanças na equipe, promovendo a estreia do jovem meia Maurício e devolvendo o volante Rodrigo Dourado à titularidade. Para o duelo de volta contra o América-MG, na Arena Independência, outras alterações podem acontecer.
Além de não poder contar com os retornos de Patrick e Nonato, que testaram positivo para covid-19, o comandante colorado terá de encontrar um substituto para Edenilson, que deixou o gramado com apenas 10 minutos de bola rolando, ao sofrer uma pancada no joelho direito.
— No primeiro jogo, eu mal conhecia o nome dos jogadores. É impossível falar de tempo. Mal consegui treinar o time, mas não tenho que dar desculpas. Isso aqui é o Inter. Com ou sem dor, temos que reagir. Quarta-feira temos um jogo decisivo, no domingo temos outro (Fluminense) e depois o Boca — comentou Abel.
Uma outra substituição pode se dar no companheiro de Thiago Galhardo no ataque. Substituído no início do segundo tempo por dores musculares, o centroavante Abel Hernández pode ceder sua vaga a Yuri Alberto.
— É uma situação complicada. Não estamos no nosso melhor momento, mas temos que trabalhar, levantar a cabeça e retomar o caminho que estávamos antes. Temos uma grande equipe — avaliou o uruguaio na saída de campo.
Extracampo
Internamente, a leitura que se faz no Beira-Rio é de que o time, como um todo, já vinha em queda de rendimento nas mãos de Eduardo Coudet. Apesar disso, evita-se falar no técnico argentino.
— Isso é página virada. Não temos que falar mais sobre este assunto. Temos que resolver com o Abel. Os resultados não foram bons, mas não é de agora que não estamos jogando bem. Nossa última boa atuação foi contra o Flamengo. De lá para cá, caímos de produção. Mas, assim como melhoramos com este grupo de jogadores após o Campeonato Gaúcho, a reação tem que ser buscada com estes jogadores. Temos um jogo decisivo em Belo Horizonte e vamos com tudo — sentenciou o vice-presidente Alexandre Chaves Barcellos.
Outro tema que tem provocado reações mais fortes dos dirigentes colorados diz respeito às eleições presidenciais. O primeiro turno do pleito está agendado para o dia 26 de novembro.
— Muitos optaram por tomar outros caminhos políticos e isso também acaba tendo reflexo no clube. Estamos vendo aí uma campanha eleitoral que está indo para um rumo que eu acho péssimo. Não podemos ir para esse lado, porque a tendência é que as coisas só piorem no clube — disse Barcellos, citando ataques de torcedores nas redes sociais.
Não há como esconder que o momento é turbulento do lado colorado. A esperança, contudo, é que as coisas se acalmem com um resultado positivo na próxima quarta-feira.