O Inter segue sem vencer Gre-Nal. Com o empate em 1 a 1 na Arena, no sábado (3), a invencibilidade do Grêmio no maior clássico do Estado chegou a 11 jogos. Apesar da marca negativa, as circunstâncias da partida fizeram com que o placar não fosse desprezado no lado colorado. Depois de ficar com 10 homens pela expulsão de Damián Musto quando perdia no segundo tempo, o time de Eduardo Coudet conseguiu a igualdade com o pênalti convertido por Thiago Galhardo e evitou nova derrota para o Tricolor.
Após seu sexto clássico sem vitória, Coudet tratou de exaltar a postura do Inter na partida. O argentino afirmou que seu time buscou vencer o Grêmio durante todo o jogo e admitiu que a seca diante do rival é algo que tem pesado para o lado colorado.
— Na nossa cabeça, só passava a vitória. Sempre tivemos essa intenção, mas repito que, quando existe uma sequência em clássicos, o time que está sem ganhar é que carrega a responsabilidade. Foi o primeiro (confronto) em que o Inter fez um gol. Isso não é algo normal. Não vou dizer que não criamos chances e não merecemos. Quando existe uma sequência em uma cidade com apenas dois clubes, pesa muito. Isso não quer dizer que não queremos enfrentá-los. Não tem problema se tivermos outro clássico — afirmou Coudet, que admitiu a dívida em Gre-Nais.
— Tivemos boa atitude, nos esforçamos muito quando estivemos com um jogador a menos. Creio que deixamos uma imagem boa aqui de visitante, pela atitude e a intenção de buscar sempre a vitória. Analisando o resultado, nós estamos em dívida. Isso é inegável, porque não conseguimos ganhar. Em termos de desempenho, penso que fomos melhores em quase todos, à exceção daquele último aqui na Arena (final do segundo turno do Gauchão). Sempre mostramos que queríamos ganhar a partida. Não fosse isso, teríamos fechado o time após o empate. Se poderíamos ter jogado melhor? Sempre se pode jogar melhor — destacou.
Questionado sobre a expulsão de Musto, o treinador evitou analisar o lance. Ele admitiu, porém, que a sequência de cartões vermelhos gera preocupação e prometeu uma conversa com o elenco.
— Temos de corrigir essa questão das expulsões. Isso nos custou pontos e resultados, porque se joga de outra maneira com um homem a menos. É algo que teremos de conversar, não apenas de maneira individual, mas com o grupo — apontou.
Se Musto pode perder espaço após a expulsão, a melhora do Inter no clássico com entrada de D'Alessandro voltou a gerar discussão sobre a titularidade do camisa 10.
— Eu digo que D'Alessandro é superdotado, pelo físico que está com a idade que tem, mas não podemos esquecer que ele tem 39 anos. Eu o coloco em campo quando vejo que vamos aproveitar sua virtude. Elogio sua capacidade física. Na idade dele, eu estava aposentado havia quatro anos. Estamos tentando aproveitá-lo. Seguramente, D'Alessandro vai querer jogar todas as partidas, vocês conhecem ele. Além de ser meu jogador, meu amigo. Para mim, é ótimo ver como ele entrou e nos ajudou, mas eu tenho de buscar sua melhor versão — completou.
O vestiário do Inter teve também reclamações com a arbitragem de Raphael Claus. Coudet e o executivo Rodrigo Caetano lembraram da falta em Thiago Galhardo no começo do lance do gol do Grêmio. Caetano ainda criticou a postura demonstrada pelo árbitro paulista ao longo do Gre-Nal.
— No lance do gol do Grêmio, Galhardo foi puxado. Eu já vi jogos, até mesmo do nosso adversário, em que o gol saiu e se voltou atrás. Lamento que o árbitro, que talvez seja o melhor do Brasil, não tenha demonstrado a mesma vontade e interesse que a dupla Gre-Nal teve no clássico — apontou Caetano.
Com o empate, o Inter chegou ao quarto jogo sem vitória no Brasileirão. Mesmo que ainda se mantenha na vice-liderança, o Colorado pode ver a distância para o líder aumentar para cinco pontos caso o Atlético-MG bata o Vasco neste domingo. O time de Coudet volta a campo na próxima quinta-feira, para enfrentar o Bragantino, fora de casa.