A investida do Al-Ittihad, da Arábia Saudita, pelo volante Edenilson causa apreensão no Inter, e não é apenas pelo desejo de manter o meio-campista no Beira-Rio. O clube árabe tem fama de não honrar os seus compromissos. Um exemplo envolve o Grêmio, que levou quase dois anos para receber o valor total da venda do goleiro Marcelo Grohe, que ocorreu no fim de 2018.
Os sauditas procuraram Edenilson há alguns meses, oferecendo um salário atrativo. Contudo, a primeira proposta ao Inter foi de US$ 4 milhões (R$ 22,5 milhões), abaixo da pretensão colorada. Ao recusar, a direção alega que não tem interesse em se desfazer do atleta.
Contudo, há dois fatores importantes que pesam a favor da saída do volante. O primeiro é a vontade do jogador, algo que costuma ser determinante no mundo do futebol. O segundo é a crise financeira colorada. Afinal, uma venda deste patamar seria um alívio importante para os cofres colorados.
A imagem do Al-Ittihad no mercado, no entanto, não é das melhores. Em dezembro de 2018, o Grêmio negociou o goleiro Marcelo Grohe com o mesmo clube em um processo muito parecido. Primeiro, os xeques fizeram uma proposta tentadora ao atleta, para só depois pressionar o clube gaúcho a vender. No fim das contas, o Tricolor teve de ceder.
O problema é que os árabes não cumpriram o combinado e não pagaram duas parcelas de 650 mil euros cada. A dívida só foi quitada em setembro de 2020, um ano e nove meses depois, após o Grêmio entrar com uma ação na Fifa, e a entidade ameaçar rebaixar o clube saudita.
Como o Inter precisa de dinheiro imediatamente, a direção colorada definiu que só liberará Edenilson se receber a quantia pretendida à vista ou se o Al-Ittihad apresentar garantias bancárias. O clube não quer correr risco de se desfazer de um titular importante e não receber o dinheiro.