O primeiro treino da semana trouxe duas caras novas ao gramado do CT Parque Gigante. Por conta das lesões de Guerrero, Pottker e Yuri Alberto, somadas ao afastamento de Peglow, que testou positivo para covid-19, a comissão técnica precisou reforçar seu elenco com garotos do time sub-20. A escolha foi por dois estrangeiros de 19 anos: o colombiano Andrés Amaya e o argentino Maxi Zalazar foram incorporados de maneira provisória por Eduardo Coudet.
Antes que o torcedor se empolgue com a aparição de ambos na equipe principal, é melhor frear as expectativas. Trazidos do Exterior no início do ano, os dois sequer vestiram a camisa colorada de maneira oficial. Por conta da paralisação das competições, ocasionada pela pandemia, eles só voltaram aos treinos em agosto. Suas estreias estão previstas para o dia 23 de setembro, quando o time comandado pelo técnico Fábio Matias fará a estreia no Brasileirão Sub-20, contra o Flamengo, no CT de Alvorada.
— Neste primeiro momento, eles participam do processo como os outros meninos. Principalmente porque precisamos destes atletas para o Brasileirão Sub-20 e Copa do Brasil Sub-20. Com a gente, na base, eles terão mais tempo para treinar. Então, eles ficam na base, mas se o profissional precisar, eles serão chamados — explica o coordenador das categorias de base do Inter, Erasmo Damiani.
A aparição de ambos, no entanto, já é um reflexo da prospecção que o clube tem feito no mercado sul-americano e que se iniciou há dois anos. Apesar da baixa estatura (1m66cm), Amaya já figurava na equipe principal do Atlético Huila-COL quando foi cedido ao Inter até dezembro de 2020, com opção de compra ao final do empréstimo. No ano passado, esteve presente no Mundial Sub-20, com a seleção colombiana, na Polônia. No modelo de jogo de Coudet, encaixa-se na função que hoje é desempenhada por Edenilson.
Maxi Zalazar, por sua vez, foi indicado por um olheiro que observava exclusivamente o futebol argentino. Revelado no Boca Juniors, o jogador estava em fim de contrato. Para não deixá-lo partir de graça, o clube de Buenos Aires renovou seu vínculo por três anos e o emprestou ao Colorado até dezembro de 2021, com 50% dos direitos econômicos fixados em US$ 800 mil (R$ 4,2 milhões pela atual cotação).
— O Amaya é um atacante de velocidade, mais de beirada de campo. Já o Maxi é um atacante ao estilo argentino, de força, de contato com o zagueiro. Pode fazer a primeira função do ataque, mas não é um atacante de estatura, tem mobilidade. São jogadores de características diferentes — comenta Damiani.
Centroavante
Diante da carência de um camisa 9 entre os profissionais, quem perdeu a oportunidade de mostrar serviço a Coudet foi outro argentino: Tomás Luján. Trazido do Platense, o jovem de 20 anos divide alojamento com o compatriota Maxi Zalazar na Morada dos Quero-Queros. Porém, problemas burocráticos impediram que ele fosse regularizado.
— Quando estávamos encaminhando a documentação dele, houve a pandemia. Aí fechou Polícia Federal, fechou tudo. Agora, estamos fazendo a documentação. Mas ele também vai treinar com o time sub-20 e, se houver a necessidade de um coletivo contra juniores, ou precisar de jogadores para compor um treino, os profissionais vão solicitar o que precisam — pontua o dirigente colorado.