Líder do Campeonato Brasileiro, o Inter passará por um processo eleitoral para a definição do novo presidente e do conselho de gestão. O pleito já movimenta os bastidores da política colorada. Recentemente, foi levantado o debate sobre se a definição dos novos mandatários poderia influenciar o rendimento da equipe no restante da temporada.
De acordo com o autor de requerimento para consulta aos associados para alterar as datas da eleição, o conselheiro Roberto Siegmann, ex-vice de futebol no começo da década, é nítida a mudança do foco de dentro de campo para a campanha. No entendimento dele, a gestão, que poderá ter Alexandre Chaves Barcellos e Alessandro Barcellos como candidatos, dividirá atenções:
— Atrapalha, sim. O problema não é eleição, que pode ser feita em qualquer data. O problema é o debate eleitoral que está em curso político — resume Siegmann.
— O Inter está em crise financeira. A atual direção não tem energia e força para enfrentar tudo isso e mais uma eleição. A direção atual será diluída e terá de participar do processo. É um desvio de finalidade — complementou.
Já para o ex-presidente colorado Giovanni Luigi, não há convicção de que o tema interfira diretamente no rendimento do clube no aspecto esportivo. Diferentemente de anos anteriores, a definição da chapa que comandará a instituição será durante a temporada. Nos anos anteriores, a votação ocorria uma semana depois do último duelo do time em dezembro.
— Se a eleição for pacífica, como tem sido, somente no âmbito normal, não vejo maiores interferências. Se for uma eleição mais pesada, os jogadores acompanham tudo, pode ter algo. O Inter não tem experiência nisso para afirmar que dá problema — avalia Luigi.
Roberto Melo, que era o favorito na indicação pela situação à cadeira presidencial até o seu desligamento do departamento de futebol em 2019, entende que não há ligação da disputa pela presidência com o vestiário.
— Depende de quem conduzir o processo e se a gestão está unida e fechada. De fora, não atrapalha nada. A briga política não entra (no vestiário) — revelou Melo a GZH.
A definição dos candidatos à eleição ocorre até o final de outubro. O primeiro turno será disputado no Conselho Deliberativo em 25 de novembro. Caso exista a necessidade da votação para o associado, será na primeira quinzena de dezembro em votação virtual.
Em decisão da mesa diretora do Conselho Deliberativo, o pedido de Roberto Siegmann para os sócios opinarem sobre a melhor data de realização do pleito foi indeferido. De forma unânime, a justificativa é de que não há suporte legal para alteração, já que a Comissão Eleitoral abriu o rito de sucessão no posto máximo do clube.