Eduardo Coudet tem o que se costuma chamar de bom problema pela frente. Neste sábado, o Inter enfrenta o Fortaleza pela 11ª rodada do Brasileirão, mas é inevitável pensar que logo ali adiante, na quarta-feira, há o Gre-Nal da Libertadores.
Sua vantagem: nas duas competições, ocupa o lugar mais alto da tabela. O único porém é não ter mais "gordura" acumulada na competição nacional. Mas ainda assim, o temido momento apontado pelo próprio treinador, pelo acúmulo de jogos em setembro, chegou. E agora se vê no dilema de escolher jogadores para cada partida.
Algumas situações facilitam a escolha dos nomes. Edenílson e Moisés, por exemplo, estão suspensos na Libertadores e certamente jogarão em Fortaleza. Cuesta e Praxedes, por outro lado, precisam cumprir punição pelo terceiro cartão amarelo no Brasileirão e não serão opção para a partida no Ceará.
Há peças que precisam de rodagem, como Leandro Fernández e Abel Hernández. Eles estão cotados para, inclusive, formar a dupla de ataque.
O jogo pode dar chance também a um novo posicionamento para D'Alessandro, habitualmente escalado como segundo atacante, mas que, na emergência, aparece em uma das funções do meio-campo.
Mas há nomes que certamente serão preservados. Thiago Galhardo, por exemplo, nem foi para Fortaleza. Boschilia, que tem atuado em todas as partidas, também deve ficar fora. Saravia é outro candidato ao rodízio.
— Para o Inter, o duelo contra o Fortaleza vale a liderança e a consolidação de candidato ao título. Além disso, há de se aproveitar a instabilidade do Flamengo na disputa pelo topo. O time colorado, mesmo que com peças diferentes, tem a compreensão do trabalho do técnico. O interessante seria o menor de número de preservações. Dos que podem jogar, pouparia só Boschilia e Thiago Galhardo mesmo — avalia Marcelo De Bona, narrador da Rádio Gaúcha.
Mas há argumentos consistentes para defender a preservação de mais nomes. O Gre-Nal de quarta-feira pode significar ao Inter a classificação antecipada para as oitavas de final da Libertadores, além de encerrar uma série de nove partidas em vitória sobre o rival.
— O Inter, buscando se recuperar de três derrotas em clássicos no ano, necessita urgentemente voltar a vencer o Grêmio. É muito tempo sem ganhar do tradicional adversário. É o Gre-Nal da autoestima e da dignidade colorada. Clube e torcida não aguentam mais não vencer o Grêmio. Por isso, será completamente compreensível que o líder do Brasileirão preserve jogadores importantes contra o Fortaleza, se essa for a decisão de Coudet. O Inter vai precisar correr esse risco — analisa Filipe Gamba, colunista de GZH.
O narrador Gustavo Manhago ainda traz um dado interessante. Se não perder para o Fortaleza, o time de Coudet poderá seguir na liderança do Brasileirão:
— A gordura acumulada tanto na Libertadores quanto no Brasileiro, permite que Eduardo Coudet utilize alternativas diferentes dos titulares neste sábado em Fortaleza para investir tudo na quarta. Mesmo com quatro ou cinco reservas, contra os cearenses, é possível que o Inter não perca.
