Uma gurizada feita em casa, alguns jovens garimpados no mercado e o medalhão Honda ditando os caminhos traçados por Paulo Autuori. Essa foi a fórmula do Botafogo para atravessar o Brasileirão sem os sobressaltos de 2019. O resultado, até aqui, tem sido satisfatório. Principalmente, se levarmos em conta os quatro pontos contra Atlético-MG e Flamengo nas duas últimas rodadas.
O investimento foi baixo e visando à reorganização do clube para que possa fazer a transição que tornará o futebol do clube uma S/A, vitaminada pelo dinheiro de investidores. A folha salarial gira em R$ 3 milhões mensais, e isso é uma das razões para que a vaga na quarta fase da Copa do Brasil fosse comemorada. Embora a atuação no 2 a 1 sobre o Paraná tenha decepcionado, os R$ 2 milhões na contaram bem mais.
Autuori escalou contra o Paraná uma linha de cinco na defesa. A dupla oriunda da base Marcelo Benevenuto, 24 anos, e Kanu, 23 anos, ganhou a companhia de Rafael Forster, aquele mesmo formado no Inter e que teve boa passagem pelo Brasil-Pel. Na lateraldireita, Kevin, que até dezembro estava no time de transição do Grêmio, foi boa alternativa ofensiva. Na esquerda, está um dos veteranos do time, Guilherme Santos, 32 anos, formado no Vasco e com rodagem por Espanha, Chipre e Série B. Em alguns jogos, ele é avançado e faz a extrema, adiante de Danilo Barcelos, outro bem rodado, de 29 anos. No meio, Caio Alexandre, 21 anos e mais um vindo da base, tem tarefa de dar sustentação ao japonês Honda, a estrela da companhia. Aos 34 anos, ele chegou para ser a referência. Mas, se em 2017, no Pachuca, Honda já jogava parado e usando de lançamentos, passados quase três anos não se imagina que acelerará o jogo.
O setor ofensivo do Botafogo é que tem chamado a atenção. Luis Henrique, 18 anos, é quem corre pelo lado esquerdo. Paraibano, 1m83cm, virou a principal arma de Autuori para surpreender a defesa adversária. Ele alia velocidade e qualidade. O porto-alegrense Pedro Raul, 1m93cm, é a referência na área. Bruno Nazário, 23 anos, campeão da Copa do Brasil com o Athletico, chegou para ser a peça criativa, mas ainda não se afirmou. No banco, Autuori conta com alguns garotos de valor, como Rhuan, 20 anos, e Matheus Babi, que teve passagem pela base do Grêmio e chegou do Macaé, em meio à quarentena.