O Inter teve uma postura digna de líder do Brasileirão para vencer o Botafogo por 2 a 0 na tarde de sábado, no Estádio Nilton Santos, no Rio, quando foi superior aos mandantes na maior parte do jogo. Com o resultado, o Colorado alcançou sua quinta vitória em seis rodadas. A arrancada da equipe de Eduardo Coudet, com 83,3% de aproveitamento nos primeiros seis jogos, é a melhor do clube desde 1979, ano do tricampeonato nacional invicto.
Apesar do resultado que garantiu o Inter por, pelo menos, mais uma rodada na liderança, Eduardo Coudet tratou de manter os pés no chão. Após o jogo, o técnico ressaltou a necessidade do grupo de jogadores esquecer a vitória sobre o Botafogo e pensar no compromisso de quarta-feira, às 21h30min, diante do Palmeiras, no Allianz Parque.
— Esse jogo já terminou e estamos pensando no Palmeiras. Terei de ver os jogadores que estarão melhores para a partida de quarta-feira. Analisamos isso desde o que podemos ver e também das avaliações médicas. Nosso pensamento é sempre a curto prazo — avaliou o treinador argentino, evitando projeções sobre briga pelo título:
— Jogamos três competições e vai ser duro. Setembro será duríssimo para nós com nove jogos. Teremos de pesar, senão não vamos alcançar. Teremos de dosar as energias de quem vai jogar e precisaremos de todos. Aqui (no Brasil) é muito mais difícil pela quantidade de jogos e por termos três competições. Mas eu vou repetir, pensamos a curto prazo. Não podemos deixar de pensar no jogo contra o Palmeiras.
Sobre a partida no Nilton Santos, Coudet voltou a destacar a postura da equipe. Ele admitiu que o Inter não conseguiu jogar tanto no campo de ataque no segundo tempo quanto ele gostaria, mas ressaltou o fato do Botafogo ter finalizado pouco contra o gol de Marcelo Lomba – apesar de ter tido dois gols anulados na partida.
— Era um jogo difícil e penso que fomos muito bem. Abrimos a vantagem, mas sempre penso que podemos melhorar. Poderíamos ter ampliado na segunda etapa e perdemos as chances.
— De qualquer forma estou feliz porque jogamos bem. Mais uma vez, tivemos oportunidades e oferecemos poucas chances para o adversário. Penso que poderíamos ter aproveitado melhor os espaços sem termos tido algumas perdas de bola, que poderiam ter sido evitadas. Mas estou contente. Não sofremos muito — avaliou.
A vitória sobre o Botafogo teve a marca de Thiago Galhardo, que fez o primeiro gol e deu o passe para Boschilia anotar o segundo. Artilheiro do Brasileirão com quatro gols (ver o complemento da rodada), ele tem ainda duas assistências. No mesmo tom de Coudet, o meia que virou atacante no Beira-Rio mostrou calma ao avaliar seu momento.
— Eu tento não olhar muito para isso (elogios). Não me abalo com as críticas e também não me engrandeço com os elogios. Tento focar no clube que é o mais importante, além da minha família e nos meus companheiros. Eu venho em uma crescente muito boa, tenho aprendido muito. Fui muito bem recebido aqui e as coisas têm acontecido com naturalidade. Estou muito feliz de estar ajudando, mas destaco a força do grupo — declarou.
Pato é página virada
Após anunciar a contratação de Abel Hernández na última sexta-feira, o Inter segue no mercado em busca de outro atacante. Esse nome não será Alexandre Pato. Em entrevista no vestiário do Estádio Nilton Santos, o vice de futebol colorado tratou a negociação com o atacante que rescindiu o contrato com o São Paulo como página virada.
— O Inter é um clube que está sempre atento ao mercado e buscando jogadores. Dentro dos critérios que trabalhamos, a busca por reforços sempre vai existir. Espero que fique claro que o Pato é importante na história do clube, foi fundamental para a conquista do Mundial. É um jogador que o clube respeita, mas que não considera mais. Consideramos página virada e espero que ele siga sua carreira. O Inter tem o maior respeito pelo Pato, como acredito que ele tem pelo Inter — definiu o dirigente.
Em relação à estreia de Abel Hernández, o técnico Eduardo Coudet admitiu a necessidade de contar logo com um atacante em razão dos problemas de lesão no elenco, mas disse que não pode colocar o uruguaio em campo sem condições físicas ideais.
— Temos uma necessidade imediata de atacantes porque não temos ninguém com essas características, mas não podemos acelerar o trabalho. Devemos usá-lo quando estiver na melhor forma. O Abel vinha treinando, mas a gente sabe que não é a mesma coisa de quando se está no grupo. Não podemos acelerar os tempos — avaliou.