O adversário do Inter na decisão da Libertadores de 2010 foi o surpreendente Chivas Guadalajara, do México. A equipe entrou diretamente nas oitavas de final do torneio, já que foi eliminada no ano anterior nesta mesma etapa da competição devido ao surto de H1N1 no país da América Norte, o que impediu jogos por lá. Assim, o time foi eliminando os adversário na fase eliminatória até encontrar os colorados na final.
— Foi uma final muito esperada por nós. Queríamos fazer coisas importantes pelo clube. Tínhamos a experiência de quatro Copas Libertadores anteriormente, em que conseguimos bons resultados, mas ainda não havíamos chegado a uma final — recorda o zagueiro e capitão do time, Héctor Reynoso.
À época com 29 anos, ele sabia da importância da Libertadores e queria que seu clube fosse o primeiro mexicano a conquistar o principal torneio entre clubes da América do Sul. Não conseguiu, mas acredita que o Chivas Guadalajara tenha cumprido o seu papel e dado trabalho ao Inter.
— Ficamos com o segundo lugar e o Internacional de Porto Alegre foi o grande campeão, mas acreditamos que fomos rivais dignos e não vendemos tão barata a derrota — afirma o ex-jogador, hoje com 39 anos.
Sobre o time colorado, citou apenas um jogador que ficou marcado em sua lembrança: o volante Pablo "Cholo" Guiñazú. O argentino foi escolhido o melhor da partida de ida, no México, vencida de virada pelo Inter, por 2 a 1.
Aliás, este jogo marcou a primeira partida oficial do Chivas em sua nova casa, o recém-inaugurado Estádio Omnilife, em Zapopan, cidade vizinha a Guadalajara. Apesar dos quase 50 mil torcedores que compareceram ao campo, para apoiar o time mexicano, a pouca ambientação ao gramado sintético transformou em um confronto entre dois "visitantes", destacou Reynoso:
— Foi a primeira partida oficial que jogamos lá. Não é justificativa, mas acredito que isso ajudou o Inter, porque era como se as duas equipes fossem visitantes. Não sabíamos jogar na grama sintética tanto quanto eles. Tanto que não fomos bem nesta primeira partida da final.
Para o jogo de volta, em Porto Alegre, o zagueiro lembra que fazia frio em Porto Alegre naquele 18 de agosto de 2010. Era inverno, mas segundo ele a partida foi quente.
— Complicamos bastante a vida deles, porque fizemos um gol (o primeiro do jogo) que creio que assustou um pouco o time deles. No segundo tempo, eles foram melhores taticamente, tiveram as oportunidades e foram contundentes — resumiu o capitão do Chivas Guadalajara em 2010.
Assim, o Inter sagrou-se campeão da América pela segunda vez, com duas vitórias sobre os mexicanos — 2 a 11 fora e 3 a 2 no Beira-Rio, jogo que será retransmitido às 16h deste domingo pela Rádio Gaúcha.