Mesmo sem jogos durante a pandemia de coronavírus, o Inter descarta, por enquanto, reduzir o valor das mensalidades dos sócios. Segundo a direção colorada, um eventual desconto teria um impacto individual muito pequeno para cada associado, mas, em contrapartida, o prejuízo para o clube seria bastante significativo. No entanto, o Inter prepara "algo maior" para compensar os colorados que seguirem pagando em dia neste período de crise.
De acordo com o vice-presidente de marketing Nélson Pires, o Inter ainda está analisando a melhor forma de "premiar" esses associados que permanecerem no quadro até a volta dos campeonatos.
— Os sócios serão reconhecidos. Hoje ainda é muito cedo para avaliar os impactos (da pandemia) e propor alguma coisa. Precisamos de mais tempo. Talvez em 15 ou 30 dias a gente consiga dimensionar. Aí, vamos desenhar um plano para valorizar as pessoas que estiveram conosco. Teremos ações especificas para os sócios adimplentes com o intuito de devolver um pouco desse amor ao clube que eles demonstram. Mas estamos pensando em algo maior e mais significativo do que um desconto em mensalidade. Queremos retornar com alguma coisa que simbolize muito mais do que isso — explica Pires.
O quadro social representa para o Inter uma arrecadação de R$ 7,5 milhões por mês. As mensalidades custam R$ 25, R$ 50 ou R$ 125, dependendo da modalidade. Um desconto de 20% para os associados, por exemplo, representaria uma perda de R$ 1,5 milhão por mês para o clube. Em um eventual período de três meses de paralisação, a queda na receita subiria para R$ 4,5 milhões. Para o sócio, no entanto, o clube entende que essa redução não teria um impacto individual tão significativo.
— Para o sócio que paga uma mensalidade de R$ 50, um desconto de 20% seria de R$ 10. Para o clube, em compensação a perda seria de R$ 1,5 milhão. Isso é muito dinheiro. Temos um grande elenco, e os colorados querem manter isso. Ficamos mais de um ano sem estádio e a torcida foi fiel. Agora, teremos 30 dias ou um pouco mais. Os sócios que permanecerem serão reconhecidos — completa Pires.
Por fim, o dirigente ressaltou que o Inter terá total compreensão com os associados que, em virtude da perda de renda familiar por conta da crise, não conseguirem manter as mensalidades em dia, abrindo a possibilidade de uma renegociação para esse associado retornar ao quadro quando a atividade econômica do país voltar ao normal.
— Estamos vivendo uma pandemia mundial, com uma taxa de mortalidade importante. Se alguém não tiver condições de pagar (a mensalidade) por estar sem trabalhar, evidentemente que vamos compreender e não vamos discutir o aspecto financeiro desses sócios. Teremos total compreensão, e a gente pode depois conversar e resolver. Isso já acontece normalmente, por exemplo, com quem perde o emprego e fica um tempo sem pagar. Aí depois se reúne com a CAS (Central de Atendimento ao Sócio) e faz um acerto — finaliza Pires.