Há, ou pelo menos deveria haver, uma prioridade no horizonte colorado de negociações. Com a saída de (até agora) cinco jogadores de frente, os dirigentes do Inter precisam vasculhar o mercado atrás de atacantes que possam se juntar a Guerrero no setor ofensivo de Eduardo Coudet.
Rafael Sobis não renovou contrato e está no mercado. Guilherme Parede encerrou seu período de empréstimo, o Inter consultou o Coritiba mas não houve acerto para estender o vínculo. Neilton, também emprestado, foi devolvido ao Vitória — que agora tenta recolocá-lo em alguma equipe. Tréllez acabou voltando ao São Paulo. Só Nico López foi vendido. O Tigres-MEX pagou 8 milhões de euros (cerca de R$ 36,55 milhões) para ter o uruguaio.
Assim, ficaram no grupo William Pottker, Wellington Silva, Pedro Lucas e João Peglow. Pottker sofreu na temporada, acumulando lesões que foram de pancada no nariz a problemas musculares. Wellington Silva jamais se afirmou e seu contrato termina na metade de 2020. Pedro Lucas também não conseguiu se fixar na equipe. E João Peglow recém vai para seu primeiro ano como profissional.
Para piorar, Guerrero terá muitos compromissos com seleção peruana na temporada. Entre Eliminatórias e Copa América, ele poderá perder até 18 jogos no ano. Como o Brasileirão não vai parar durante a competição continental de seleções, o capitão de seu país deve desfalcar o Inter em 10 partidas. Com as datas Fifa, cujos jogos são no dia anterior às rodadas do futebol brasileiro, há risco de ficar fora de mais oito jogos (cinco do campeonato nacional e três do Gauchão).
A direção colorada reconhece a necessidade de investir em atacantes. O diretor executivo Rodrigo Caetano revelou:
— Precisamos (contratar atacantes). Até pela saída do grande número deles, vamos precisar de atletas no setor ofensivo para aumentar as opções do Coudet. Por mais que tenhamos a subida do Peglow e de outros garotos, é natural esta procura. Vai ser um ano de muitas competições e esperanças para nós. Nossa dificuldade em contratar não diminui a nossa responsabilidade e competitividade.
Até agora, porém, até mesmo as especulações são escassas. Os nomes mais bem encaminhados são do lateral-direito Rodinei e do volante Musto. Entre as opções ofensivas, o único nome citado até agora foi o de Lucas Pratto, do River Plate. Ao buscar mais informações sobre sua situação, o Inter recuou quando soube dos valores envolvidos.
Outro ponto a ser levado em conta e que deve intensificar a busca por atacantes é o estilo de jogo que Coudet gosta. O treinador disse, em entrevista coletiva, que costuma montar um time com dois atacantes. O ideal, claro, é ter um de mobilidade e outro mais posicionado, mas um time com dois centroavantes não está descartado: o técnico fez isso com o Racing, usando Lisandro Lopez e Cristaldo juntos.
Com todo esse cenário, a tendência é a de que o Inter use os últimos momentos de 2019 para intensificar a busca por atacantes. A pedido do novo comandante, a direção analisa também o mercado argentino. Pelo menos dois nomes devem ser contratados até o início do Gauchão.