Marcelo Medeiros, presidente do Inter, falou na manhã desta quarta-feira (6) sobre a investigação do Ministério Público Estadual que denunciou Vitorio Piffero e mais três ex-dirigentes colorados por supostos desvios de recursos do clube durante os anos de 2015 e 2016. Em entrevista ao Timeline, da Rádio Gaúcha, Medeiros afirmou que a direção colorada buscará ressarcimento do dinheiro que teria sido desviado dos cofres do clube – a investigação do MP apontou transferências irregulares superiores a R$ 13 milhões.
— Nossa gestão já havia tomado essa decisão de buscar ressarcimento de possíveis valores, mas estávamos aguardando a conclusão do trabalho do MP, que não está totalmente concluído. A gente já tinha monitorado o mercado para buscar os melhores advogados, quase certo que vamos buscar um profissional de fora do clube, especialista nesse tipo de matéria, mas o Inter vai buscar o ressarcimento, sim — revelou o dirigente.
Para Medeiros, a queda para a Série B do Campeonato Brasileiro em 2016 pode ter livrado o clube de dano ainda maiores.
— O rebaixamento do Inter não foi por acaso. O rebaixamento é o epílogo de uma gestão que apresentou esse tipo de conduta como característica. Talvez o rebaixamento tenha salvado o clube das mãos de gestores com esse tipo de procedimento, porque nos permitiu assumir o clube, rompendo com esse vice administrativo (Alexandre Limeira), recolocando o clube no seu devido lugar. Um clube do tamanho do Inter não caiu por acaso — afirmou.
Questionado se, como presidente atual, acredita que é possível que Vitorio Piffero, na condição de mandatário do clube, não soubesse das operações ilegais, Medeiros evitou ser definitivo.
— Se eu entrar nesse juízo de valor, vou estar sendo leviano. Não vou entrar no mérito específico da gestão de 2015-2016, mas, respondendo à pergunta, vou dizer uma coisa que aprendi com o Giovanni Luiggi (presidente do clube entre 2011 e 2014): o presidente acaba sabendo de tudo.
Reeleito para comandar o Inter até o final de 2020, Marcelo Medeiros falou sobre os métodos adotados para evitar que problemas semelhantes ocorram no futuro.
— Contratamos a maior empresa de auditoria que trabalha com clubes de futebol, a quinta maior do mundo. Temos um conselho fiscal, também com uma auditoria de ponta. Nosso conselho fiscal é formado por conselheiros da situação e da oposição. Esse tipo de situação, que tem no processo democrático, a forma de eleger seus dirigentes, pode acontecer no Inter, no Cruzeiro, no Estado, na prefeitura, no país. E aqui eu arrisco a fazer uma reflexão. Quem faz isso no clube que diz que ama, usa esse procedimento também na sua vida particular e profissional. O Inter não é vulnerável, são as pessoas que atuam com má fé.