O Inter foi à Arena Itaquera e conquistou o que desejava: o empate. O 0 a 0 com o Corinthians deixou os colorados uma vez mais à frente dos paulistas. A equipe de Zé Ricardo se manteve na sétima colocação do Campeonato Brasileiro, com vaga à pré-Libertadores, e apenas três pontos atrás do sexto lugar, que pertence ao São Paulo. No domingo, o Inter receberá o Fortaleza, no Beira-Rio.
Em um jogo entre iguais, Inter e Corinthians fizeram um jogo muito parecido, em acertos e em erros. Mais ousado, o time de Zé Ricardo começou melhor o clássico vintage. Logo no começo da partida, D'Alessandro teve uma boa chance para marcar, mas, em vez de bater a gol, tentou dar um chapéu em Manoel, e acabou desarmado. Entre golpes e contragolpes, o Inter ainda chegou uma segunda vez, com um belo chute de William Pottker para a defesa de Cássio. O Inter se comportava bem no Itaquerão, com uma postura ofensiva, e não permitindo aos donos da casa pressionar — além de começar as suas jogadas desde a defesa, com diversos passes de Marcelo Lomba para Víctor Cuesta que, em vez de dar um chutão, saía jogando com qualidade.
William Pottker por pouco não foi atacante do Corinthians. Antes de ser contratado pelo Inter, a Ponte Preta quase o negociou com o clube da capital paulista. E Pottker parecia a fim de mostrar que ainda é um jogador valioso. Carregou o Inter uma vez mais ao ataque, e encontrou D'Alessandro que, da entrada da área, bateu para a defesa de Cássio.
Não que Cássio tivesse feito alguma defesa espetacular, mas o goleiro gaúcho do Corinthians a todo o momento precisava fazer alguma intervenção. O Inter já era superior no jogo, e avizinhava do 1 a 0. Lindoso e Patrick tiveram seguidas chances de gol. Os colorados dominavam o meio-campo, diante de um Corinthians que não conseguia reagir, fazendo com que até mesmo a sua torcida estivesse silenciosa. A primeira conclusão dos donos da casa foi aos 33 minutos, quando Janderson bateu fraco, nas mãos de Marcelo Lomba.
O primeiro tempo correu para o final com um Inter à vontade em campo. Nem parecia que estava jogando em um dos estádios mais inóspitos do país para visitantes. D'Alessandro, aos 41 minutos, tentou um gol por cobertura em Cássio, mas exagerou na força. Foram sete finalizações do Inter contra apenas uma do Corinthians. Em vantagem na tabela, em relação aos paulistas, o Inter foi para o intervalo conseguindo o que havia se proposto: não perder para o Corinthians. Ainda assim, foi superior em campo.
Na segunda etapa, Pottker perdeu a bola do jogo, aos 35 segundos. Sobis encontrou o camisa 99 na área. Pottker tinha o gol inteiro a sua frente, mas bateu rasteiro, ajudando Manoel a salvar de carrinho. O Inter seguiu pressionando. Uendel cruzou na área, e Pottker chutou para fora.
Aos poucos, o Corinthians começava a reagir. Com Clayson no lugar de Ralf, a equipe ficou mais ofensiva. Mas também passou a dar espaços para os contra-ataques do Inter. Pottker de novo chegou com facilidade à área, mas mostrou uma vez mais grande dificuldade para finalizar.
Depois de um bom primeiro tempo e de um início de segundo tempo pressionando o adversário, o Inter começou a travar em campo. O ritmo foi reduzido, as jogadas de ataque foram rareando, e o Corinthians cresceu. Aos 24 minutos, Boselli só não marcou porque Marcelo Lomba saiu bem do gol — e teve sorte: a bola passou rente à trave.
Foi aí que Zé Ricardo trocou Pottker e Sobis por Nico e Guerrero (que havia chegado em São Paulo ao amanhecer, depois de jogar pela seleção peruana em Miami). O Inter começava a passar algum sufoco, a partir das constantes investidas corintianas. E logo a troca deu resultado. Em rápido contra-ataque, Nico cruzou para Guerrero, que cabeceou para fora.
Mas o Corinthians também mexeu no time e, aos 32 minutos, fez 1 a 0. O gol de Gustavo, porém, foi anulado por impedimento. O 0 a 0 passou a ser um resultado a ser considerado, uma vez que o Inter seguiria à frente do Corinthians. Assim, Nonato foi a campo nos minutos finais para ajudar a manter o 0 a 0. E Zé Ricardo conseguiu.