Nico López sempre foi uma aposta esperançosa do Inter. Desde sua contratação, em 2016, a torcida aguardava pelo protagonismo do camisa 7. O uruguaio oscilou fases positivas com outras nem tanto. Foi goleador, peça-chave em alguns momentos, mas teve períodos de seca e críticas nas redes sociais, o que criou o termo "Nicolândia".
Nesta temporada, o uruguaio foi da artilharia da equipe a um jejum de mais de 20 partidas sem balançar as redes. Os motivos para tanta variação no seu rendimento se deve a uma série de fatores.
2016 : adaptação com o rebaixamento
Um ano a ser esquecido na história do clube. Porém, a fatídica temporada na Série B teve como principal reforço o atacante uruguaio. Destaque na campanha do Nacional-URU na Libertadores, ele estava vinculado à Udinese-ITA.
Em 14 aparições no time, Nico não conseguiu demonstrar o futebol que despertou o interesse colorado, tendo marcado apenas um gol. Ficou o alento de que o atacante poderia ser o nome a reconduzir o Inter à Série A do Brasileirão.
O principal motivo para a qualidade de Nico não ter sido mostrada nos primeiros seis meses foi a adaptação aos companheiros, o momento do clube e a falta de sequência de trabalho. Somente em 2016, Falcão, Celso Roth e Lisca comandaram a casamata colorada.
2017: artilheiro sem ser titular
No primeiro ano da gestão Marcelo Medeiros no Beira-Rio, Nico López foi mantido com a esperança de ajudar na "reconstrução" do clube, que visava retornar à elite do futebol brasileiro. Em números, ele não fracassou. O camisa 7 terminou a temporada como artilheiro com 17 gols em 53 partidas, mas passou longe de ser o principal nome da equipe de Zago, Guto Ferreira e Odair Hellmann.
De todo o universo de jogos daquele ano, Nico foi titular em só 34 duelos. Chegou a ser destaque, como no embate final diante do Guarani, no Beira-Rio, quando balançou as redes em duas oportunidades. Porém, passou muitas partidas longe das atuações esperadas.
2018: a melhor temporada
Em números gerais, Nico López diminuiu suas marcas em relação ao ano anterior: 14 gols em 50 jogos. Mesmo assim, foi artilheiro do clube. Muito por conta do entrosamento do uruguaio com os demais companheiros e com a comissão técnica.
Odair Hellmann, por conhecer bem o temperamento do atacante e suas virtudes, conseguiu extrair um rendimento que lembrava o do atacante no Nacional-URU. A equipe conseguiu uma vaga na Libertadores de 2019, tendo Nico como peça-chave na campanha com boas atuações e gols decisivos.
2019: da artilharia ao banco de reservas
Uma temporada com Libertadores e chances reais de conquista de um campeonato como Gauchão ou Copa do Brasil. Tudo indicava que seria o ano em que Nico López iria deslanchar de vez. O início foi de média mantida. Em oito jogos, entre o Estadual e o torneio continental, balançou as redes cinco vezes. Estava se credenciando a ser o principal nome do time e até foi cotado pela comissão técnica uruguaia para ser chamada para a Copa América. Teve seu contrato estendido até julho de 2021.
Porém, logo após a estreia de Guerrero no Inter, o rendimento de Nico desandou. Chegou ao período de 144 dias sem marcar e parou no banco de reservas — chegando ao pior momento com a camisa colorada. Quebrou o jejum diante do Botafogo, pelo Brasileirão, e conquistou a titularidade para o jogo do ano: na finalíssima contra o Athletico-PR. Fez gol, mas não conseguiu contribuir para a conquista da Copa do Brasil.
Nico seguiu como titular nos últimos compromissos com Odair e Ricardo Colbachini, mas com Zé Ricardo só foi reserva. Em cinco jogos do novo treinador, entrou apenas três vezes.
Segundo o entendimento da nova comissão técnica, falta intensidade em alguns momentos para o jogador. Paralelamente, ganha força a informação de saída dele para o futebol mexicano a partir de 2020. Um episódio citado nos bastidores foi o cartão amarelo recebido no último Gre-Nal, quando após o duelo, por reclamação, ele foi advertido. Assim, não encarou o Ceará na rodada seguinte.
Restando menos de um mês para o final da atual temporada, o uruguaio tem 47 jogos e oito gols marcados. A tendência é de confirmação da negociação para o Tigres, o que encerraria a era da Nicolândia no Beira-Rio.