No próximo sábado (7), o futebol perderá uma grande figura. Aposentado há alguns meses, Pablo Horácio Guiñazú se despedirá de maneira oficial em Córdoba em amistoso que terá o duelo entre "Lendas do Talleres" e "Amigos do Guiñazu". A partida vai ser disputada no estádio Mario Alberto Kempes, casa do Talleres, o último clube que "El Cholo" vestiu a camiseta. Antes de entrar em campo pela última vez, o agora ex-jogador falou sobre o amistoso e comentou a atual fase do time de Odair Hellmann.
Para seu amistoso de despedida, o ídolo do Inter chegou a convidar nomes como Messi e Agüero — que, por conta de compromissos pessoais, não poderão participar. Por conta de seu imbróglio com o PSG, Neymar avisou que não iria. Ronaldinho, por sua vez, não pode viajar por estar com o passaporte detido. Classificado para as finais da Copa do Brasil, D'Alessandro também irá se ausentar.
Mas outros nomes chamam atenção no amistoso, que começa às 20h (horário de Brasília): os ex-colorados Índio e Forlán, além de ex-atletas como Recoba, Sorín, Gabriel e Diego Milito.
Confira a entrevista completa com Guiñazu
Qual a sensação de encerrar a carreira de maneira oficial?
A gente decidiu colocar um ponto final na linda carreira que o futebol me deu por uma questão de vida. Preciso ser mais pai, irmão, filho e amigo. A gente deixa passar muita coisa na vida e perde coisas importantes dos filhos. Estou começando minha vida de cidadão. Estou com o coração feliz. O coração começa a bater forte com meu jogo de despedida.
Agora aposentado, o que você vai fazer?
A ideia é ficar perto do futebol. Quero ser treinador de uma faixa de idade de 14, 15 e 16 anos. Eu gostaria de treinar os guris. Quero dar ferramentas e dar treinos no dia a dia. Quero ensinar e aprender com eles, para me projetar no futuro. Por enquanto, estou descansando e relaxando a cabeça, vivendo tranquilamente e aproveitando a família. Mas não quero ficar longe do futebol.
O que você está achando da atual fase do Inter?
Fiquei muito triste com a eliminação na Libertadores, mas enfrentou um grande time com jogadores gigantes, como o Flamengo. É muito parelho. O time está muito bem e estou sempre na torcida. Agora o time tem uma linda chance na Copa do Brasil. O Inter tem sempre de brigar por títulos e se acostumou com isso. Ficar longe disso é esquisito. Um clube do tamanho do Inter merece isso. Depois da subida da Série B, o time está firme e forte. Temos de respeitar isso.
Recentemente, o próprio D'Alessandro cogitou aposentar-se no final do ano, que é quando se encerra o atual contrato com o Inter. Mas agora parece que ele está mudando de ideia...
O Cabezón tem muito pela frente ainda. Eu falo sempre com ele e o conheço muito bem. Eu respeito muito ele e ele sabe. Ele está muito longe da aposentadoria. Ele tem muito a dar com aquela canhota, tem sabedoria, experiência e liderança. Ele tem de seguir jogando para nós que gostamos de futebol. Vou sempre ficar na torcida. Tomara que ele não se aposente. Caras como ele são pura história, são lendas. Eu vou torcer muito para que ele fique no Inter. O "vermelho" sem ele não será a mesma coisa, vocês vão ver quando ele parar de jogar.
Há pouco tempo, ele citou Sarrafiore como possível substituto no Inter.
Se ele falou, não preciso dizer nada (risos). Ele que convive já deu o diagnóstico. Se Sarrafiore for 30% do D'Alessandro, pode assinar o contrato agora. Ele vai ser muito bom.
O que você acha do Edenilson? Quem joga mais, você ou ele?
O Edenilson joga muito mais do que eu, tá louco. Adoro o estilo de jogo e gosto muito dele. Ele é incansável e chega muito ao gol. Tomara que ele fique muito tempo no Inter dando alegrias para os colorados. Aproveito para mandar um abraço para o "meu volante". A gente precisa destes jogadores. Ele está fazendo história e vai ser ainda muito melhor que eu.
Qual a sua avaliação sobre a chegada e atuações recentes de Paolo Guerrero?
Ele é fenômeno, de outro status, fala por si só. É um jogador de outro nível. A cada jogo, com gols e personalidade, ele mostra isso. É o capitão de sua seleção. Fiquei muito feliz com a chegada dele, mesmo com aquela espera para jogar. Ele vale muito e sabe muito de futebol. Ele está vestindo a camisa com o coração e é isso que importa para os colorados.