O Inter recebe o Cruzeiro nesta quarta-feira (4), no Beira-Rio, para tentar garantir um lugar na final da Copa do Brasil. Pela vitória por 1 a 0 no jogo de ida, no Mineirão, o time gaúcho entra em vantagem. Em campo, dois dos destaques das equipes podem travar um duelo à parte: Edenilson e Thiago Neves.
As características são diferentes, até pela posição de origem dos jogadores. No entanto, são peças importantes para Odair Hellmann e Rogério Ceni. Na temporada, Edenilson atuou em 36 jogos, com seis gols e duas assistências, enquanto Thiago Neves, em 25 jogos, marcou sete gols e distribuiu duas assistências.
— O Edenilson não voltou bem da lesão. Ele vivia contra o Cruzeiro (no jogo de ida) o grande momento, e aquela lesão prejudicou muito. Ele volta sem confiança, e é ruim porque volta em dois jogos muito grandes, contra o Flamengo. Já contra o Botafogo, terceiro jogo dele, percebe que já está retomando o ritmo. É um jogador que precisa estar no auge, na "ponta dos cascos", como se diz. O Thiago Neves matou a pau no primeiro jogo do Rogério Ceni, contra o Santos. Estava com vontade. No segundo (contra o Vasco), não foi tão bem. Ele tem essa característica de sumir do jogo, tanto que o Mauricio entra e faz o gol. Agora, tecnicamente, ele é diferente. Precisa estar de olho nele, tem um bom chute de fora da área, uma visão muito boa. É um meia clássico. Apesar dos 34 anos, precisa ser vigiado porque pode decidir em um lance — ressalta Leonardo Oliveira, colunista de GaúchaZH.
A recente mudança no comando do Cruzeiro acarretou, naturalmente, mudanças na equipe, e Thiago Neves foi incluído nesse contexto. Com Rogério Ceni, o camisa 10 cruzeirense passou a exercer outra função em campo, como analisa Henrique Fernandes, comentarista da TV Globo Minas e do canal SporTV:
— No time que o Rogério tem utilizado, no 4-2-3-1, o Thiago é mais armador do que era com o Mano. O Mano utilizava o Thiago quase como um segundo atacante, encostando no centroavante. O Rogério gosta mais do Thiago voltando, ajudando a articular o time, jogando mais como um camisa 10 especificamente. O Thiago diz que se sente mais à vontade jogando assim, pegando essa bola de trás para progredir com ela. Acho que encaixando no time do Inter, ele vai bater mais no Lindoso. Nos momentos que estiver voltando para construir o jogo, pode ter um choque com o Edenilson ou Patrick.
Por ter que reverter a vantagem colorada, o Cruzeiro deverá ter postura mais ofensiva no Beira-Rio. Com isso, abre a possibilidade de o Inter explorar os contra-ataques, tendo em Edenilson, que tem a velocidade como uma de suas principais características, uma arma para eliminar o time mineiro e avançar à decisão.
— Pensando no Edenilson, é uma peça importante de contra-ataque do Inter. É um cara que se apresenta à frente, tem essa liberdade. Acho que em algum momento do jogo, a tendência é que o Cruzeiro se abra, e o time tem ficado exposto a velocidade de contra-ataque. Isso pode fazer com que apareça espaço para os jogadores do Inter que vêm de trás, e o Edenilson é um deles. Uma crítica que se pode fazer a essa nova montagem que o Rogério trouxe para o Cruzeiro é que, com Henrique e Robinho, ou Dodô, o meio-campo marca menos, teoricamente. Acho que pode ser algo a explorado pelos jogadores do Inter que insistirem em contra-atacar — destaca Henrique Fernandes.