O programa Dia D, do canal América TV, do Peru, divulgou áudios referentes ao caso de doping de Paolo Guerrero. Neles, supostamente, dois ex-funcionários do Swissotel, em Lima, combinam a versão de que o centroavante teria sido contaminado por uma jarra em que havia sido servido chá de coca para, posteriormente, pedir pagamento ao atleta.
Na gravação, Jordy Alemany, apresentado como ex-assistente de Alimentos e Bebidas do hotel, conversa com Anthony Obando Martins, ex-funcionário que contou a versão sobre a contaminação ao mesmo programa de televisão no início do mês.
— Marico, tua declaração vale US$ 10 milhões. Quanto você pode pedir a Paolo Guerrero? US$ 200 mil e você vai dar um beijo na boca! — diz um dos ex-funcionários no áudio, para logo depois completar:
— Você ganha três mil soles (novo sol é a moeda peruana). Três mil soles são menos de mil euros. Com esta oportunidade, você ganha 200 mil euros, ou seja, teu faturamento de 10 anos. Dez anos trabalhando no Swissotel — conclui.
Procurado pelo repórter que veiculou a matéria, o advogado do hotel, Enrique Ghersi, anunciou que incluirá os áudios no julgamento do caso. Na semana passada, o Swissotel acusou a defesa de Guerrero de ter subornado ex-funcionários.
O centroavante foi flagrado no exame antidoping em 2017, após jogo da seleção peruana contra a Argentina, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018.
Punido pela Fifa, Guerrero conseguiu uma liminar para atuar no Mundial da Rússia, mas voltou a ser suspenso quando já havia sido contratado pelo Inter. Durante todo o processo, o atleta alegou sua inocência, sustentando que o hotel em que estava concentrado, em Lima, era responsável pela sua contaminação.